O Ministério Público de São Paulo (MP-SP) informou que o Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) vai investigar a emboscada da Mancha Alvi Verde, principal organizada do Palmeiras, a um ônibus da Máfia Azul, com torcedores do Cruzeiro, que terminou com uma pessoa morta e 20 feridos. O ataque aconteceu neste domingo, na Rodovia Fernão Dias, em Mairiporã, na região metropolitana.
A entrada do Gaeco no caso foi determinado pelo procurador-geral de Justiça Paulo Sérgio de Oliveira e Costa, que vê as uniformizadas atuando como "verdadeiras facções criminosas". O promotor Fernando Pinho Chiozzotto, de Mairiporã, também vai acompanhar as investigações da Polícia Civil, enquanto o MP-MG também se colocou à disposição para ajudar na apuração do caso.
"Tal episódio é inaceitável e representa uma grave afronta à segurança pública e à convivência pacífica em nossa sociedade", disse o procurador-geral, em nota. "Que fique claro: quem age ao arrepio da lei deve responder por seus atos".
De acordo com a Polícia Rodoviária Federal (PRF), ônibus com torcedores de Palmeiras e Cruzeiro se encontraram no pedágio por volta das 5h, e começaram o confronto entre si com ataque de rojões. O homem que morreu tinha 30 anos e sofreu graves ferimentos causados por queimaduras. Ele foi encaminhado para o Hospital Anjo Gabriel, mas faleceu após receber atendimento. A unidade de saúde recebeu 18 vítimas, enquanto outras três foram levadas ao hospital de Franco da Rocha. Um dos pacientes deu entrada com um ferimento de arma de fogo no abdômen, mas não corre perigo de vida.
Ainda de acordo com informações da PRF, dois ônibus com torcedores do Cruzeiro voltavam de Curitiba, onde a equipe mineira enfrentou o Athletico Paranaense neste sábado, quando foi alvo do ataque. Um dos veículos foi depredado, enquanto o outro foi completamente incendiado.
Imagens da barbárie circularam nas redes sociais. Em uma das gravações, um torcedor do Palmeiras cita o ocorrido como "cobrança" pelos ataques da torcida do Cruzeiro contra a torcida paulista em 2022. Na ocasião, Jorge Luís Sampaio Santos, presidente da Mancha Alviverde, teve sua carteirinha de sócio, documentos e cartões de créditos arrancados dos rivais durante o confronto, além de ter sido espancado e ter vídeos expostos nas redes sociais. A confusão terminou com quatro torcedores feridos a tiros.
Tanto o Cruzeiro quanto o Palmeiras se manifestaram oficialmente lamentando o episódio. "Não há mais espaço para violência no futebol, um esporte que une paixões e multidões. Precisamos dar um basta a esses atos criminosos", escreveu o clube mineiro. "Que os fatos sejam devidamente apurados pelas autoridades competentes e os criminosos, punidos com rigor", cobrou a equipe paulista.
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