O fã de Ayrton Senna poderá ouvir a voz do tricampeão mundial de Fórmula 1 de uma forma diferente a partir deste sábado, no Parque do Ibirapuera. Bastará apenas encostar a cabeça no famoso capacete amarelo numa exposição em homenagem aos 30 anos da morte do ídolo. A voz de Senna poderá ser "ouvida" sem o auxílio de fones ou caixas de som, mas apenas no contato entre a cabeça do fã e a parte externa do próprio capacete.
Ainda sem um nome oficial ou badalado, a tecnologia consiste na transmissão do "som" por "condução óssea". Na prática, as frases de Senna chegam ao cérebro sem o auxílio dos ouvidos. A voz do ídolo é captada pela vibração de um dispositivo instalado no capacete que reverbera na testa de quem vai "ouvir". O som viaja pelos ossos do crânio até serem decodificados pelo cérebro, fazendo o ídolo parecer muito próximo.
Sem o contato físico entre a cabeça do fã e a parte externa do capacete, não é possível ouvir as quatro frases proferidas pelo próprio Senna. Assim, ninguém por perto consegue escutar a voz do tricampeão, nem mesmo se estiver ao lado de quem está com a cabeça em contato com o dispositivo.
"A gente até pede aos fãs para encostarem a testa no capacete e colocarem o dedo nos dois ouvidos para perceber que o 'som' vem pela vibração óssea, e não pelos canais do ouvido", afirmou Guilherme Poyares, diretor de marketing de Guaraná Antártica, empresa parceira da Senna Brands e principal responsável pela novidade.
A tecnologia da condução óssea, que não tem nenhuma relação com inteligência artificial, veio da Espanha e levou seis meses para ser aplicada junto ao capacete, agora em exposição pública e gratuita no Ibirapuera. O dispositivo, incomum ainda no Brasil, foi testado por alguns fãs de Senna há algumas semanas. "Tem gente que chora, tem que gente que ri", conta Poyares.
As frases proferidas por Senna no contato com o capacete são todas originais. E fazem menção a diferentes momentos do tricampeão mundial. "Acho que é algo único, nunca vimos algo deste tipo", diz o diretor de marketing de Guaraná. "É uma experiência muito diferente. Parece até que estamos escutando pelo ouvido, mas a gente tampa e continua escutando tudo", disse Juliana Grinberg, diretora de não alcoólicos da Ambev.
A exposição conta ainda com a exibição de um macacão original utilizado por Senna na temporada 1991, quando ele se sagrou tricampeão mundial. Há ainda imagens e vídeos para interação com os visitantes, além de uma réplica de um pódio em que o fã poderá fazer uma foto ao lado do ídolo.
A exposição funciona das 9h às 18h até o dia 17 de novembro. A entrada de pedestres acontece pelos portões 9 a 10 do Parque do Ibirapuera, na capital paulista.
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