As divergências de Lionel Messi com a antiga diretoria do Barcelona, comandada pelo ex-presidente Josep Maria Bartomeu, ganhou um novo capítulo nesta quinta-feira. Uma troca de mensagens pouco amistosa entre os antigos diretores em grupo no WhatsApp foi vazada para a imprensa local. Na conversa, um dos membros reclama da postura do craque e se refere ao argentino como "anão com hormônio" e "rato de esgoto" por atuar pela renovação de outros atletas e por recusar uma diminuição salarial durante a pandemia.
As informações foram divulgadas pelo jornal Sport, diário esportivo da Catalunha. Segundo a publicação, o responsável pelas ofensas ao atleta é Román Gómez Ponti, então chefe jurídico do Barça. Ele insinua que o jogador, atualmente no Paris Saint-Germain, foi o responsável pelas renovações de alguns atletas, como o goleiro Pinto, Luís Suárez e Jordi Alba, além de uma suposta comissão ao seu irmão, o agente Rodrigo Messi, pela renovação de Ansu Fati.
"Barto (Bartomeu), sério, você não pode ser uma pessoa tão boa com esse rato de esgoto. O clube deu-lhe tudo e ele dedicou-se a marcar uma ditadura de contratações, transferências, renovações, patrocinadores só para ele", escreveu Ponti ao ex-presidente do clube catalão. "E sobretudo o acúmulo de chantagens e grosserias que o clube e nós que trabalhamos sofremos desse anão com hormônios que deve a vida ao Barça... ah! Mas quando as coisas vão mal (pandemia) você recebe o mítico WhatsApp: 'Presidente, abaixe o salário dos outros, mas não toque no Luis e em mim'. Esperamos que caminhe entre a indiferença do povo, que é a pior coisa que lhe pode acontecer", continuou.
O xingamento faz referência ao uso de hormônios por Messi ainda quando criança, depois de ele ter sido diagnosticado com deficiência do hormônio do crescimento (DGH), aos 9 anos de idade. A possibilidade de tratamento durante a adolescência foi um dos motivos que o fez deixar Rosario para ir jogar nas categorias de base do Barcelona.
Segundo a reportagem, a conversa aconteceu no dia 30 de janeiro de 2021, quando o jornal El Mundo revelou os valores do contrato de Messi com o Barcelona, que deveria ser sigiloso. Preocupados com a imagem do clube, os membros da diretoria debatem sobre a possível origem do vazamento do documento à imprensa, levantando a hipótese de que Joan Laporta, então candidato à presidência e atual mandatário, teria sido o culpado.
À época, Bartomeu já havia renunciado ao cargo. Também participam das conversas: Òscar Grau, ex-CEO do clube; os executivos Jordi Moix, Oriol Tomàs e David Bellver; o diretor financeiro Pancho Schroder; e Javier Sobrino, diretor de Estratégia e Inovação.
Na troca de mensagens, os ex-dirigentes especulam que o vazamento teria sido uma maneira que Laporta encontrou para forçar Messi a sair do clube e economizar com os salários do astro. Bartomeu ainda defende a assinatura da renovação com o argentino. "Muitas vezes ouvimos o Leo, nem sempre, mas muitas vezes, e este contrato sem pandemia foi totalmente aceitável", diz, salientando ainda que o acordo representou 15% do orçamento e que "foi acertado tendo em conta tudo o que ele (Messi) gera".
Outro que não passou incólume por Ponti foi o zagueiro Gerard Piqué. O ex-chefe jurídico criticou o defensor após ele afirmar que o clube necessitava de "mudanças em todos os níveis" logo após o fatídico revés por 8 a 2 sofrido para o Bayern de Munique na Liga dos Campeões. "Você precisa ter poucos escrúpulos e ser um grande filho da p***", escreveu. Ele também cita o volante Sergio Busquets como exemplo de atleta que deveria ser dispensado para diminuir a folha salarial do Barça.
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