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Engenheiros de Uberlândia criam cadeira de rodas especializada para paralímpicos

Um grupo de pesquisadores de Minas Gerais resolveu enfrentar os obstáculos vividos por pessoas cadeirantes, dentro do campo paralímpico, para buscar novas ideias e soluções na construção de cadeiras de rodas. O projeto visou o esporte de alto rendimento.

Da Redação

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Escrito por Da Redação
Publicado em 12.05.2022, 09:32:00 Editado em 12.05.2022, 09:38:05
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Um grupo de pesquisadores de Minas Gerais resolveu enfrentar os obstáculos vividos por pessoas cadeirantes, dentro do campo paralímpico, para buscar novas ideias e soluções na construção de cadeiras de rodas. O projeto visou o esporte de alto rendimento. A ideia surgiu devido às necessidades dos atletas e da atual disponibilidade desses equipamentos no mercado.

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Foi desenvolvida por Lucas Cardoso, um dos engenheiros responsáveis. "As cadeiras de rodas, às quais atletas e a população têm acesso, são modelos genéricos, prontos em larga escala e que não levam em consideração características e necessidades individuais", explica.

A longo prazo, o engenheiro conta que essas cadeiras convencionais, se utilizadas sem uma orientação e acompanhamento médico, podem agravar o estado de saúde do usuário. "Por não levarem em consideração as características antropométricas, seu uso pode acentuar a gravidade física e gerar novas complicações, como fraquezas musculares", observa - a antropometria estuda as medidas e dimensões do corpo humano.

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A iniciativa é desenvolvida há mais de nove anos pelo grupo de engenheiros da Universidade Federal de Uberlândia. Quando comenta, analisa e expõe seu trabalho, Cardoso se mostra entusiasmado. Apesar de falar pausadamente, suas expressões faciais evidenciam a alegria em trazer o projeto à vida, de "levar ao mercado opção acessível às pessoas, de uma cadeira feita sob medida".

Ele ressalta que o equipamento feito de acordo com as necessidades antropométricas colabora com a reabilitação física do paciente, assim como propicia a melhora da sua saúde. "Com uma cadeira própria para o seu uso, o paciente consegue se sentir incluído na sociedade, autônomo e capaz de realizar suas atividades da melhor maneira possível. É um retorno físico, mas também psicológico."

O projeto surge dentro do universo dos esportes paralímpicos para auxiliar as modalidades brasileiras. A lista das que serão atendidas é vasta e em constante expansão. Basquete, esgrima, handebol, parabadminton, rúgbi, tênis e tiro com arco são algumas delas.

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Para o desenvolvimento, Cardoso e equipe contam com o financiamento do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações, do Ministério Público do Trabalho/Uberlândia, e apoio da prefeitura de Uberlândia. Além disso, possui outros apoiadores, como o Praia Clube, o Comitê Paralímpico Brasileiro e o SESI/Gravatás.

Também conta com a participação de atletas de alta performance, que realizam testes práticos e as validações das cadeiras, com uma efetiva participação em toda a metodologia de prescrição e criação. Nesta primeira fase, foram desenvolvidas cadeiras de rodas para o basquete, o rúgbi ataque, o tênis de quadra e a esgrima.

Jovane Guissone, da esgrima, segundo do ranking mundial, é um dos atletas de alta performance que participam do desenvolvimento. "É muito mais que somente uma cadeira, é uma parceria de projetos de pessoas empenhadas em fazer as coisas para nos ajudar", afirmou o atleta.

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INTEGRAÇÃO

Cardoso conta que um dos diferenciais para o desenvolvimento do equipamento é a integração do atleta à pesquisa. "Eu mostrei o esquema de desenvolvimento para eles e dei abertura para darem sugestões, de acordo com seus gostos. E eles tiveram a oportunidade de ver, antes de pronta, o resultado final da cadeira." Para ele, foi essencial ter esses dados, acerca da melhor posição da coluna, largura e comprimento, para alcançar um "modelo perfeito".

Cleudmar de Araújo, coordenador do grupo na Universidade de Uberlândia, é outro que não esconde a alegria em ver o trabalho ganhando forma e sendo utilizado pelos atletas. "Imagine a alegria de mais de 40 pesquisadores ao ver os primeiros produtos ganhando vida, chegando à sociedade", diz o professor. "Essas (cadeiras) serão uma vitrine de validação a nível nacional e internacional, e poderão contribuir para a melhoria da performance dos atletas. O Jovane pode ganhar uma medalha nesta cadeira, o que seria uma grande alegria para todos nós", afirma.

"Quando é bem construída, bem modelada, adequada, ela pode favorecer o desempenho esportivo. Oferece melhor condição mecânica, de exercício, além de uma sensação de segurança e liberdade", diz o engenheiro.

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