Daniel Cargnin continua fazendo história no judô brasileiro. O atleta gaúcho de Porto Alegre que conquistou o bronze nos Jogos Olímpicos de Tóquio, em 2021, e no Mundial deste ano, fecha a temporada no topo do pódio do World Masters, segunda competição mais importante de 2022, ao superar o usbeque Shakhram Akhadov na final do peso leve masculino (até 73kg).
Em ano não olímpico, o Word Masters só perde em importância para o Mundial, o que engrandece ainda mais a conquista de Cargnin em Jerusalém, em Israel, nesta quarta-feira. Na decisão, ele levou a melhor sobre o atleta do Usbequistão nas punições.
A medalha de ouro tem peso duplo para Cargnin, que completou 25 anos na terça-feira e vai celebrar o aniversário com a conquista no peito de presente. Ele ainda quebra um jejum do judô masculino do País no Masters de 10 anos - desde 2012, quando Rafael Silva, o Baby, foi campeão em Almaty, no Casaquistão. Mayra Aguiar (2012 e 2013) e Maria Portela (2017) também já foram campeãs da competição.
"Eu estou muito feliz. É final do ano, então é uma competição que a gente geralmente está cansado, mas eu fui do jeito que sempre vou: na garra e na vontade. É o símbolo brasileiro, né, a gente não desiste nunca. Isso é muito importante para mim na caminhada rumo aos Jogos Olímpicos de Paris", disse Cargnin, após receber sua medalha.
Cargnin começou sua jornada em Israel com vitória por waza-ari sobre o suíço Nils Stamp. Nas oitavas, o brasileiro ganhou do número um do mundo, Lasha Shavdatuashvili, projetando o georgiano duas vezes. Nas quartas, vitória sobre Khikmatillokh Turaev, do Usbequistão, nas punições.
O grande susto veio nas semifinais, quando perdia nas punições por 2 a 1 diante de Arthur Margelidon, do Canadá. Mas com um contragolpe em entrada rápida, o brasileiro surpreendeu o oponente ao aplicar um waza-ari e se garantir na decisão.
Na final, Cargnin manteve a estratégia de antecipar ataques, acelerou o ritmo da luta e desgastou Shakhram Akhadov, conseguindo forçar três punições e vencer a última das cinco lutas do dia. Com os 1800 pontos que somará pelo ouro, o brasileiro deve terminar o ano entre os quatro melhores do mundo, em posição confortável para buscar vaga nos Jogos de Paris-2024.
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