O Corinthians solicitou explicações da Esportes da Sorte, patrocinadora master do clube, pela ausência na lista atualizada do governo federal de bets autorizadas a operar no País, divulgada nesta quinta-feira. Em nota, o clube reafirmou a confiança na marca, ressaltando o cumprimento integral do contrato, e que vai permanecer atento à evolução do caso. O Estadão apurou que a direção se vê resguardada no acordo selado entre as partes e garante estar protegido em qualquer cenário que possa surgir.
"O Sport Club Corinthians Paulista reafirma sua confiança na Esportes da Sorte, nossa parceira de patrocínio, que vem cumprindo integralmente o contrato. O clube está em contato com a parceira e enviou um pedido de esclarecimentos sobre o status e os próximos passos do processos de regularização da operação. O clube permanece atento a qualquer evolução do caso, sempre priorizando os interesses da instituição e de nossa Fiel Torcida", diz nota publicada pelo clube.
A casa de apostas também estampa o espaço mais nobre das camisas de Bahia e Athletico-PR, e aparece na região do omoplata do Grêmio. A marca também é a principal apoiadora do time feminino do Palmeiras e, na Série B, do Ceará. O Estadão apurou que a Esportes da Sorte aguarda nova atualização da lista e tem a expectativa de aparecer na relação em breve.
A Esportes da Sorte acredita tratar-se de um erro do Ministério da Fazenda e afirma ter cumprido todas as exigências da portaria 1.475/2024, referente à regularização das bets. A marca informou ainda que buscou a Secretaria de Prêmios e Apostas (SPA) para retificação e esperava um retorno ainda nesta quarta-feira, 2, o que acabou não acontecendo. O Athletico-PR solicitou suspensão do patrocínio e também cobrou explicações sobre a situação da marca.
A bet está no centro da investigação Integration da Polícia Civil de Pernambuco, que investiga lavagem de dinheiro por meio de jogos de azar. Uma série de pedidos de prisão foram emitidos nas últimas semanas, sendo o caso mais famoso é o da influenciadora Deolane Bezerra. A bet é liderada pelo empresário Darwin Henrique da Silva Filho e, que seria o único dono do negócio. Ele e a esposa se entregaram à polícia no inicio de setembro.
A Esportes da Sorte é operada pela HSF Gaming N.V. e atua no segmento desde 2018. A empresa está registrada em Curaçao, arquipélago próximo à Venezuela e que pertence à Holanda. A empresa entrou com uma solicitação de licença de operação no País em 2025 e garante estar em conformidade com as regras estabelecidas pelo governo.
Curiosamente, quem apareceu na lista é a Vai de Bet, antiga patrocinadora do Corinthians. A marca tinha um acordo de patrocínio no valor de R$ 360 milhões com o clube paulista, mas rescindiu unilateralmente depois do repasse de parte da comissão do intermediário a uma suposta empresa laranja. A casa de apostas conseguiu autorização para atuar nacionalmente por ter sido credenciada no Rio de Janeiro, via Loterj. A marca é investigada pela Polícia Civil de Pernambuco em operação que apura um esquema de lavagem de dinheiro oriundo de jogos ilegais.
Deixe seu comentário sobre: "Corinthians pede explicações a patrocinadora fora de lista do governo federal"