Os cantos homofóbicos entoados pela torcida do Corinthians no clássico com o São Paulo, há um mês, na Neo Química Arena, em São Paulo, farão o time alvinegro jogar uma partida com portões fechados. A punição foi aplicada pelo Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) em julgamento nesta quarta-feira.
O Corinthians foi enquadrado no artigo 243-G do Código Brasileiro de Justiça Desportiva (CBJD), que versa sobre "praticar ato discriminatório, desdenhoso ou ultrajante, relacionado a preconceito em razão de origem étnica, raça, sexo, cor, idade, condição de pessoa idosa ou portadora de deficiência".
O próximo compromisso em casa do Corinthians é no dia 2 de julho, às 11h, contra o Red Bull Bragantino, pela 13ª rodada do Brasileirão. O clube pode contestar a decisão da 3ª Comissão Disciplinar do STJD. No julgamento, os auditores ouviram Lúcio da Silva Blanco, administrador da Neo Química Arena, e Alessandro, gerente de futebol do clube paulista. Ambos confirmaram a existência do coro discriminatório.
O clube corria risco até de perder pontos no Brasileirão, conforme determinado pelo Código Brasileiro de Justiça Desportiva (CBJD) em casos de discriminação praticada por um grande número de pessoas ligadas a uma mesma entidade desportiva. A perda de pontos também está prevista no Regulamento Geral de Competições (RGC) da CBF, que tem prometido sanções mais severas em casos de discriminação no futebol.
No dia 14 de maio, o árbitro Bruno Arleu de Araújo paralisou Corinthians x São Paulo aos 17 minutos do segundo tempo após a torcida alvinegra entoar cantos homofóbicos contra os são-paulinos. Os corintianos começaram a cantar uma música que se referia aos são-paulinos como "bichas". Só havia torcida do time da casa no estádio.
"Vamos, vamos Corinthians! Dessas bichas teremos que ganhar!", gritavam. No telão da Neo Química Arena, um aviso pedia para que a ação dos torcedores fosse interrompida. "É proibido emitir cantos discriminatórios, racistas, homofóbicos ou xenófobos" dizia a mensagem.
Após a exibição do texto, a torcida corintiana aumentou a intensidade do canto. O árbitro Bruno Arleu de Araújo, então, paralisou o jogo por três minutos, até que os gritos fossem contidos. A partida foi reiniciada normalmente.
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