Ana Moser, atual ministra do Esporte, recebeu apoio da Comissão de Atletas do Comitê Olímpico do Brasil (COB) em meio à movimentação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva para substituí-la pelo deputado André Fufuca (PP-MA). Em nota assinada conjuntamente com a organização Atletas pelo Brasil, a Comissão se diz "apreensiva com a possível mudança de comando" na pasta e lembra promessas feitas pelo presidente durante a campanha presidencial
"Ainda durante a campanha presidencial em 2022, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em encontro com representantes da área, disse que era necessária uma 'revolução' na política pública de esporte, uma que ajudasse a 'construir uma boa política de esporte para este país, da infância até a terceira idade'. É justamente isso que a ministra Ana Moser tem se dedicado a fazer desde o início de sua gestão, mesmo com uma equipe reduzida e recursos escassos. É imperioso notar que, não fosse ela, não seria este o rumo da política de esporte", diz a nota.
Lula tem Moser, ex-jogadora de vôlei medalhista olímpica e não filiada a nenhum partido, como parte de sua cota pessoal de ministros, mas costurou um acordo com o Centrão para entregar o Ministério do Esporte a Fufuca, aliado do presidente da Câmara, Athur Lira (PP-AL). O argumento da 'governabilidade' é criticado pela Comissão de Atletas do COB.
"Lamentamos que, menos de um ano depois, em nome de uma pretensa governabilidade, o governo do presidente Lula possa vir a romper com seu discurso e promessas e, colocando o Ministério do Esporte na mesa de negociações políticas, aniquile toda e qualquer possibilidade de que a política de esporte que o Brasil precisa seja efetivamente implementada. O esporte não é moeda de troca. Nos sentimos envergonhados e desprestigiados, vendo que o esporte no Brasil continua sendo encarado como algo menor. A ministra Ana Moser tem o nosso apoio e o da comunidade esportiva para continuar avançando rumo às mudanças necessárias na estrutura da política pública de esporte do país", critica a entidade.
O presidente chegou a sugerir a criação de um 38º ministério, o da Pequena e Média empresa, para o qual seria feito o alojamento favorável ao Centrão, de forma a preservar o cargo de Moser. No final das contas, a oferta foi rejeitada.
A pasta de Esporte é observada com expectativa por causa da arrecadação da taxação de apostas esportivas, que deve render até R$ 12 bilhões quando estiver completamente regulamentada. O plano é que os recursos sejam distribuídos diretamente aos caixas dos Estados e municípios por meio do Fundo Nacional do Esporte.
Ana Moser continua cumprindo agenda normalmente como representante da pasta. Na segunda-feira, ela participou da abertura do Fórum Internacional de Esporte da América Latina, parte da Semana Global da Integridade no Esporte, que tem o Estádio do Morumbi, em São Paulo, como sede.
O evento tem como objetivo debater temas como inclusão e diversidade, governança, integridade financeira e transparência, inovação e sustentabilidade, e responsabilidade social. Participam governos de vários países, entre eles Portugal, Espanha, Itália, Reino Unido, Irlanda, França, Áustria, Bélgica, Suíça e Suécia, profissionais de finanças, negócios, representantes de entidades esportivas, empresas e sociedade civil.
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