Com 23 anos, 2,01m e o nome marcado na história do basquete do Brasil. Essa é Stephanie Soares. Na noite desta segunda-feira, a atleta foi escolhida pelo Washington Mystics na posição número quatro no draft da WNBA e agora é a 14ª atleta da história do País a fazer parte da liga americana de basquete.
Apesar de fazer parte do Top-10 do draft da liga, a estreia de Stephanie Soares no basquete dos Estados Unidos pode demorar um pouco. Atualmente, a pivô se recupera de uma cirurgia para correção de uma lesão ligamentar e deve perder toda a temporada de 2023 pela equipe. Por causa da operação, Stephanie só participou de parte dos jogos no ano por Iowa State, faculdade da primeira divisão do basquete feminino dos Estados Unidos, e teve médias de 14,4 pontos por jogo e 9,9 rebotes.
"Meu tempo em Iowa não foi como eu esperava, me lesionei, mas sou agradecida pelo que vivi lá. Decidi dar sequência na minha recuperação e colocar meu nome no próximo Draft da WNBA", comentou a brasileira ao anunciar que tentaria do draft.
Apesar da pouca idade, a atleta já teve passagem pela seleção brasileira adulta. Com apenas 19 anos, Stephanie Soares fez parte do grupo que conquistou os Jogos Pan-Americanos de Lima, em 2019, e também esteve no último Pré-Mundial.
INFLUÊNCIA DA FAMÍLIA
Podemos dizer que o sucesso de Stephanie Soares nas quadras de basquete dos Estados Unidos tem relação com a família. A atleta é filha de Rogério e Susan, uma americana que jogou basquete no Brasil e fez parte do time de Santo André, que marcou época no fim dos anos 90.
Com os pais tendo atuado profissionalmente no esporte, Stephanie teve a melhor escola possível desde os primeiros anos. Com a mãe americana, a nova jogadora do Brasil na WNBA teve uma formação escolar como se morasse nos Estados Unidos.
Desta forma, os pais de Stephanie, que foram responsáveis por um acampamento de 17 anos no interior de São Paulo, foram os responsáveis pelo ensino e pelos treinos da brasileira e seus irmãos durante a infância e a adolescência.
Vivendo desta forma, Stephanie e o irmão Tim se desenvolveram no basquete e atualmente fazem parte das convocações da seleção brasileira adulta da modalidade.
TESTE EM SÃO PAULO, 'CARREIRA' NOS ESTADOS UNIDOS
Após os pais deixarem o acampamento, Susan levou Stephanie para fazer um teste nas categorias de base do time do Bradesco Esportes. Após alguns treinos, a pivô foi aprovada e passou a treinar na equipe de Osasco. Contudo, o período da atleta no time paulista durou muito pouco.
"Ele joga como armador, mesmo tendo 2,13m (Nicola Jokic). A Stephanie é assim também, muito por conta de ter jogado com meninas bem mais baixas que ela desde nova", comentou Cristiano Cedra, responsável pela aprovação de Stephanie Soares no time do Bradesco.
Por "influência" dos pais, a jogadora buscou e conseguiu uma bolsa para fazer o ensino médio nos Estados Unidos e não saiu mais do país. Do ensino médio, Stephanie seguiu para a The Masters University. A universidade faz parte da NAIA, uma divisão mais baixa do ponto de vista esportivo, mas que foi escolhida por conta da religião da jogadora e de sua família. Na última temporada, Stephanie seguiu para Iowa State, da primeira divisão do basquete feminino dos Estados Unidos, e agora está na WNBA.
Confira a lista de atletas brasileiras que já fizeram parte da WNBA:
Leila Sobral (Washington Mystics)
Alessandra (Washington Mystics, Indiana Fever e Seattle Storm)
Kelly Santos (Detroit Shock e Seattle Storm)
Claudia das Neves (Detroit Shock e Miami Sol)
Adrianinha (Phoenix Mercury)
Helen Luz (Washington Mystics)
Clarissa dos Santos (Chicago Sky)
Cíntia dos Santos (Orlando Miracle)
Érika de Souza (Los Angeles Sparks, Atlanta Dream, Chicago SKY e Connecticut Sun)
Damiris Dantas (Minnesota Lynx)
Janeth Arcain (Houston Comets)
Nadia Colhado (Atlanta Dream e Indiana Fever)
Iziane Castro (Miami Sol e Phoenix Mercury)
Stephanie Soares (Washington Mystics)
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