Ex-presidente da Fifa, Joseph Blatter criticou a proposta de Gianni Infantino, já aprovada, de ampliar a Copa do Mundo de 32 para 48 seleções a partir da edição de 2026. Para o suíço, seu sucessor no comando da entidade está abusando da comercialização do futebol, "tentando espremer cada vez mais o limão".
"O que está acontecendo neste momento é uma comercialização excessiva do jogo", disse Blatter, em entrevista ao jornal semanal alemão Die Zeit. "Há tentativas de espremer cada vez mais o limão, como acontece, por exemplo, com a Copa do Mundo com 48 seleções e agora com o Mundial de Clubes, que se tornará um rival da Liga dos Campeões."
Na sua avaliação, a entidade está entrando num território que não deveria, que são as competições de clubes. "A Fifa está invadindo algo aqui que não é o seu negócio, o futebol de clubes."
Blatter se refere ao anúncio, na semana passada, de que a entidade vai promover uma mudança drástica no Mundial de Clubes, que passará a ter 32 equipes e será disputada a cada quatro anos, a partir de 2025. Os detalhes sobre o torneio, entre o processo de classificação, não foram anunciados ainda.
No mesmo evento, a Fifa não divulgou o formato da versão ampliada da Copa do Mundo, entre seleções, a partir de 2026. O próximo Mundial, que será disputada nos Estados Unidos, no Canadá e no México, terá o recorde de 48 equipes. E, faltando três anos e meio para o grande torneio, a entidade não definiu nem mesmo o formato geral da competição.
Blatter também criticou o próprio Infantino, que o sucedeu na presidência da Fifa em 2016. Ao jornal alemão, o suíço disse não ter "nenhuma relação com Infantino". E disse que o atual mandatário da entidade "se comporta de forma desrespeitosa porque recusou qualquer tentativa de contato comigo desde sua eleição". Blatter também disse que Infantino só "se comunica comigo por meio de advogados".
Questionado sobre sua saída da Fifa, em meio à investigações de casos de corrupção, Blatter voltou a negar que tenha cometido crimes à frente da entidade. "Eu jamais peguei em dinheiro que não fosse conquista minha (salário). Não há nada que possa ser provado contra mim em todos os procedimentos que fizeram. E isso vai continuar assim."
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