Chrystian Barletta finalmente vestiu a camisa do Corinthians. Nesta quinta-feira, o jovem atacante de 22 anos, torcedor fanático da equipe, foi apresentado e ganhou um manto ainda sem número. Revelou que seria uma honra herdar o 77, em alusão à quebra do jejum de títulos e vago desde a saída de Jô, falou em "fazer história" no clube de coração e mostrou-se à disposição para jogar em diversas posições. No início da carreira, ele atuou na lateral esquerda.
Das mãos do presidente Duílio Monteiro Alves e do gerente de futebol Alessandro, Barletta recebeu a camisa e finalmente foi confirmado como atleta corintiano, realizando um sonho de infância motivado pelo pai Silvio, que o levava aos jogos e narrava jogadas que terminavam com gols seus pelo clube, em tabelas entre Chrystian e Barletta.
O jogador abriu mão do primeiro nome no clube por "ser mais difícil de escrever." Sonhando em ser um novo Romarinho, ele optou pelo sobrenome. "Pode me chamar Barletta, é mais fácil", disse, após posar para fotos com a camisa, ainda sem número. "Isso aqui é a realização de um sonho. Quando você chega num clube desses, depois de certa rodagem (defendeu Chapecoense, Bahia e São Bernardo no últimos anos), aprende a dar valor. Uma estrutura dessa, com esses profissionais, você aprende a trabalhar mais para permanecer. E quero ficar muito aqui, jogando em um grande nível", afirmou o jogador, visivelmente emocionado e eufórico.
Sobre o sonho de defender as cores do time do coração, ele mostrou-se ainda um tanto espantado e surpreso com a novidade. "É difícil falar agora, demora para a ficha cair. Claro que sempre sonhei, mas não deixo esse lado emocional me afetar. Se eu colocar sonho na frente e ficar eufórico, isso pode me atrapalhar no treinamento ou nos jogos", enfatizou. "(Meu lado torcida) Não está escondido, óbvio que estou muito feliz de estar aqui. E antes mesmo de eu vir já sabia o nome de todo mundo, nunca estive num clube desses, e por ser o de coração, procuro desfrutar ao máximo."
Barletta revelou idolatria por alguns novos companheiros. Com Cássio e Renato Augusto já posou até para fotos na infância. Ele ainda não esconde que vibrou muito com o gol de Paulinho diante do Vasco nas quartas de final da Libertadores no Pacaembu. Também admira o atacante Róger Guedes no atual grupo e não tira da mente os gols de Emerson Sheik na final contra o Boca Juniors. "Quando torcia, via na tevê e agora estar com eles, treinar ao lado, é uma honra. E vou jogar com eles, isso é muito bom."
Barletta acha que o fato de ser corintiano não vai aumentar sua responsabilidade. Luan chegou como torcedor e jamais se firmou. "Não encaro como peso por ser meu clube do coração. Treino e jogarei com leveza, já cheguei onde sempre sonhei, então não vou deixar cair meu trabalho. Jogarei com a responsabilidade de que fiz por onde para chegar. Deu certo, meu trabalho foi recompensado e é continuar trabalhando que Deus sempre vai abençoar."
O jogador chega com o discurso de que vem para somar, por causa da experiência adquirida em outros clube. "Já passei de tudo na carreira, fiquei banco, sem jogar, fui titular... Isso me deixa paciente, sei esperar meu momento, e jogarei onde 0 (Fernando) Lázaro achar melhor", disse. "Gosto de atuar vindo de fora para dentro, mas também atuo de ponta na direita, flutuando, e vou me encaixando. Se tiver de jogar ou esperar, estou bem leve e o técnico sabe onde gosto", afirmou o jogador que começou como lateral-esquerdo e caso haja precisão, está pronto para também defender.
"Com certeza (atuaria na ala). Estou aqui para jogar, onde me colocar vou dar o máximo. Qualquer posição estou à disposição", enfatizou Barletta, louco para fazer o primeiro jogo na Neo Química Arena. Ele acompanhou Corinthians x Ituano in loco e revelou que jamais havia entrado no estádio.
"Na Neo Química foi minha primeira vez, nunca tinha ido, só no Pacaembu e no Morumbi. Estou bem ansioso para chegar jogando", revelou. "Mas tenho de trabalhar para me manter, aos poucos conseguir meu espaço. São muitos jogadores qualificados, será luta sadia e dura, mas jogará quem estiver melhor. Quero que seja um período de muitas conquistas, pois pretendo fazer história com essa camisa."
Prestes a ser pai - a mulher está grávida de cinco meses -, o jogador revelou que ainda não tem uma camisa do clube para o herdeiro. Apenas uma maia que ganhou de presente de uma prima. O primeiro manto ele quer que já venha com sua numeração. "Meu filho nasce em julho ou agosto e ainda não tem sua camisa. Tenho gosto pelo número 77, só esperando a definição para saber se poderei usar. Os baixos todos estão usados, esse é o que sobrou e está marcado na história do Corinthians. Cairá como uma luva."
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