A noite de quinta-feira, dia 10, o Morumbi não foi apenas de festa. Ainda durante a vitória do São Paulo contra o San Lorenzo, pelas oitavas de final da Sul-Americana, um torcedor e um dirigente do time argentino foram presos por praticarem atos racistas. De acordo com César Saad, delegado de polícia que trabalhava no local, os dois foram detidos em flagrante e, por ser um crime sem fiança, vão continuar presos no Brasil em um Centro de Detenção Provisória (CDP).
O dirigente do San Lorenzo foi filmado por parte da torcida do São Paulo mostrando, por meio do celular, a imagem de um macaco. Em conversa com a reportagem da TV no estádio, o profissional do clube argentino confirmou as provocações durante o jogo, mas negou o episódio de racismo. Já o torcedor identificado como David Emanuel foi filmado fazendo gestos imitando um macaco e arremessando uma banana para um torcedor negro adolescente do São Paulo. O pai do garoto deu entrevista ao canal SporTV.
"Ele ficou muito nervoso e chorou muito, muito mesmo. Faltou até ar para ele. Eu estranhei que tinha muita gente filmando, mas ele conseguiu me falar que tinham jogado uma banana nele e o chamado de macaco", explicou o pai do jovem de 12 anos em entrevista para o SporTV.
RECORRENTE
Racismo contra torcedores e jogadores brasileiros em jogos de competições organizadas pela Conmebol estão cada vez mais frequentes. O caso mais recente, até o ocorrido no Morumbi, foi o do preparador físico do Universitario, do Peru, que foi preso em São Paulo após fazer gestos racistas para a torcida do Corinthians durante partida da Copa Sul-Americana. Ele foi preso e permaneceu no Brasil por uma semana.
Fora do Brasil a situação é parecida. Em 2023, o goleiro Éverson, do Atlético-MG, também sofreu racismo no jogo da equipe contra o Libertad na Libertadores. Antes disso, ainda na fase prévia, a equipe mineira também teve problemas deste tipo. Nos confrontos com o Carabobo, o time da Venezuela foi multado em R$ 500 mil por insultos racistas da sua torcida contra o Atlético-MG. A Conmebol promete tomar providências mais enérgicas, mas isso ainda não aconteceu. A CBF entrega os casos para a Polícia e Justiça, mas também não tem cobrado muito da Confederação Sul-Americana de Futebol, que organiza as competições no continente.
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