O presidente do Comitê Olímpico da Rússia, Stanislav Pozdniakov, ameaçou nesta quinta-feira boicotar a competição qualificatória do esgrima para os Jogos Olímpicos de Paris-2024. Ele indicou tomar a decisão após atletas russas da modalidade serem impedidas de disputar o torneio, sendo uma delas sua filha.
A ameaça de Pozdniakov se deve à decisão da Federação Internacional de Esgrima de vetar do qualificatório as atletas Yana Egorian, Sofya Velikaya, Olga Nikitina e Sofia Pozdniakova, que é filha do presidente do Comitê Olímpico da Rússia. Egorian é bicampeã olímpica, enquanto as demais faturaram o ouro por equipes no sabre na Olimpíada de Tóquio.
O veto acontece apesar da decisão do Comitê Olímpico Internacional (COI) de liberar a participação de russos e belarussos nos Jogos de Paris-2024 sem o uso de bandeiras e símbolos nacionais. Atletas dos dois países vêm sofrendo restrições em diversas competições e modalidades como retaliação à invasão da Ucrânia, em fevereiro do ano passado.
O COI, contudo, permitiu o veto a atletas ligados às Forças Armadas da Rússia e do Belarus, único país que apoiou e segue dando suporte para a invasão da Ucrânia. Podem ser barrados também atletas que anunciaram apoio à guerra.
Alguns esgrimistas menos conhecidos foram aprovados para competir, disse o presidente da Federação de Esgrima da Rússia, Ilgar Mamedov. Mas ele não disse por que os outros esgrimistas foram recusados e não houve confirmação imediata da Federação Internacional de Esgrima (FIE).
Todas as três medalhistas de ouro do sabre foram identificadas como afiliadas ao Central Sports Club do Exército, conhecido como CSKA, em uma declaração de 2021 no site do Ministério da Defesa da Rússia após a Olimpíada de Tóquio. Listava Velikaya com o posto de capitão e Nikitina como sargento. Eles e Egorian estão todos listados em perfis no site da FIE com o termo "atleta das forças armadas".
Pelas redes sociais, o dirigente russo atacou o COI. Segundo Pozdnyakov, as decisões da FIE mostraram que os critérios do COI para o retorno de atletas russos e belarussos são uma "farsa" e uma "suspensão velada" que equivale a discriminação.
"O Comitê Olímpico Internacional está impondo critérios que tornam na prática, irrealista, a participação da esmagadora maioria de nossos atletas e praticamente todos os líderes das seleções nacionais nas eliminatórias olímpicas e outras competições", afirmou.
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