A Associação Nacional dos Árbitros de Futebol (ANAF) entrará com uma queixa-crime no STJD contra Wilson Seneme, presidente da Comissão de Arbitragem da CBF, pois entende que árbitros da Federação Goiana de Futebol (FGF) não estão sendo escalados em competições nacionais como forma de represália. Além disso, uma denúncia será encaminhada ao Ministério Público do Trabalho.
Segundo a argumentação de Salmo Valentim, presidente da ANAF, a exclusão seria uma resposta da CBF a uma nota publicada pela FGF para contestar a arbitragem do Brasileirão. O texto em questão é um posicionamento de apoio a reclamações feitas pelo Goiás, que se diz prejudicado em competições nacionais.
"A punição silenciosa que ele impetrou contra os árbitros de Goiás que estão há três rodadas fora de TODAS as competições da CBF, em razão de a Federação Goiana de Futebol ter concordado com a crítica que o Goiás E.C. fez em relação a arbitragem, comprova não só o seu desserviço, como atesta que enquanto os árbitros forem reféns da CBF, essa prática continuará acontecendo", disse Valentim, em nota.
A nota citada pelo presidente da ANAF foi divulgada há cerca de duas semanas, depois que o Goiás contestou a não marcação de um pênalti em duelo com o Cruzeiro, em uma carta de repúdio. A FGF chegou a afirmar que o time esmeraldino "foi claramente prejudicado".
A ANAF reclama que, desde o dia 24 de julho, após mais de 100 jogos das séries A, B, D e C, não houve a escalação de árbitros goianos. Wilton Pereira Sampaio, árbitro Fifa e principal nome federado por Goiás, apitou pela última vez no dia 25 de julho, na Neo Química Arena, onde trabalhou na vitória por 2 a 1 sobre o Corinthians, pela rodada de ida das semifinais da Copa do Brasil.
"Além da queixa-crime, o Superior Tribunal de Justiça Desportiva - STJD, buscaremos também todos os meios para que os árbitros não sejam mais tratados como lixo, porque é exatamente isso o que Wilson Seneme está fazendo neste e, em diversos outros episódios que expõem cada dia mais a categoria de forma negativa", afirmou Valentim, em outro trecho do comunicado.
Procurada pela reportagem, a CBF não deu um retorno sobre o assunto até a publicação.
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