Após lamentar a decisão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em tirá-la do cargo de ministra do Esporte, na quarta-feira, Ana Moser voltou a se manifestar sobre o assunto nesta quinta, com uma publicação no X, rede social antes conhecida como Twitter. No breve texto, a ex-jogadora de vôlei de 55 anos reforçou sua frustração por ter ficado tão pouco tempo no cargo e disse que continuará lutando pela valorização do esporte no País.
"Para mim, o potencial social, educacional e comunitário do esporte ainda está para ser reconhecido e valorizado, especialmente pelos gestores públicos. Por isso a luta continua. Agradeço aos que estiveram comigo percorrendo este caminho curto e árduo", escreveu a medalhista olímpica, que, desde que se aposentou das quadras, se dedica ao ativismo social voltado ao esporte.
Antes de atuar como ministra, Moser foi líder da ONG Atletas pelo Brasil, ao lado do ex-jogador de futebol Raí, e teve experiências ligadas à política, como integrar o Conselho Nacional do Esporte, e dirigir o Centro Olímpico do Parque do Ibirapuera, parte da estrutura da Secretaria de Esportes de São Paulo. "Construí minha vida inteira para chegar aqui. Como mulher lutei para conquistar espaços e no Ministério do Esporte trabalhei para transformar a realidade do esporte brasileiro. E continuarei lutando", completou.
A agora ex-ministra perdeu seu cargo por causa de um acordo costurado por Lula junto ao Centrão. O presidente concretizou uma reforma ministerial que envolveu a demissão de Moser e a entrega do Esporte para André Fufuca (PP-MA), em um momento no qual a pasta tem a expectativa de receber uma grande injeção financeira com o avanço da regulamentação das apostas esportivas.
O remanejamento foi lamentado por atletas e ex-atletas, que já vinham se manifestando antes da oficialização da demissão de Moser para tentar impedir o movimento, caso de Raí e a lenda do basquete Hortência, que encabeçaram o movimento "Ana Moser Fica" com uma hashtag nas redes sociais. Depois o anúncio de que ela estava fora do governo, novas manifestações foram realizadas.
A ex-nadadora Joanna Maranhão, presidente do Conselho de Ética do Comitê Olímpico do Brasil, disse que "não será a eleitora que irá aplaudir os erros do governo" e defendeu Moser como "a pessoa certa para propor uma política pública de esporte de Estado, e não de um governo". Já Carol Solberg, jogadora de vôlei de praia, entende que "o esporte foi mais uma vez usado como moeda de troca" e afirmou que o argumento da governabilidade "não pode justificar tudo".
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