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Algoz de Maradona guarda dólares que recebeu das mãos do argentino: 'Meu tesouro'

Um dos poucos homens do mundo a colocar medo em Diego Maradona se chama Tomislav Ivkovic. O ex-goleiro croata enfrentou o argentino três vezes, nunca levou gol e ainda por cima defendeu dois pênaltis, um deles até em Copa do Mundo. Mas nesta quarta-feira,

Da Redação

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Escrito por Da Redação
Publicado em 26.11.2020, 10:48:00 Editado em 26.11.2020, 10:55:19
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Um dos poucos homens do mundo a colocar medo em Diego Maradona se chama Tomislav Ivkovic. O ex-goleiro croata enfrentou o argentino três vezes, nunca levou gol e ainda por cima defendeu dois pênaltis, um deles até em Copa do Mundo. Mas nesta quarta-feira, ao saber da morte do astro, Ivkovic trocou a lembrança dessas glórias pela tristeza com o falecimento do homem que lhe ajudou a ganhar fama no futebol.

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Ivkovic atendeu o Estadão por telefone diretamente de Zagreb, na capital da Croácia, onde nasceu e trabalha atualmente como técnico do Inter Zapresic, da segunda divisão local. Por ter morado quase uma década em Portugal, o croata fala português com fluência e gosta de relembrar as emoções vividas na temporada 1989/1990. Naquela ocasião, o então goleiro do Sporting Lisboa começou a viver uma relação curiosa com Maradona.

Pela Copa da Uefa (atualmente chamada da Liga Europa), o time português enfrentou o Napoli, cujo grande craque era Diego Maradona. A equipe italiana era a atual campeã do torneio e bastante temida pelos adversários. O Sporting conseguiu nos dois jogos segurar dois empates sem gols graças principalmente à atuação de Ivkovic. Durante esses confrontos, o goleiro croata e o camisa 10 argentino trocaram provocações.

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"Depois do primeiro jogo (em Lisboa) nós apostamos 100 dólares que ele não faria gol em mim. O Maradona concordou", relembrou o Ivkovic. Após os dois empates, a vaga seria decidida nos pênaltis e o argentino teria a chance de fazer o gol e evitar de pagar o dinheiro prometido. Mas o goleiro levou a melhor e defendeu o chute. Foi um das poucas cobranças perdidas por Maradona na sua carreira. Apesar disso, quem avançou na ocasião foi o Napoli, com uma vitória por 4 a 3.

Ao fim da partida, o croata procurou o argentino nos vestiários para cobrar a aposta. "O Maradona foi muito simpático. Ele até me deu sua camisa. Infelizmente eu a perdi. Isso eu lamento demais. Mas ele me pagou os 100 dólares. São meu tesouro. Eu guardo as notas até hoje dentro de livros na minha casa. Jamais gastei ou levei ao banco", contou Ivkovic.

Meses depois, novamente o goleiro e o meia se encontraram pela Copa do Mundo de 1990, na Itália. Ivkovic defendia na época a antiga Iugoslávia e pelas quartas de final do torneio a adversária seria a Argentina, em Florença. Foi uma partida muito truncada e sem gols no tempo normal e na prorrogação. Novamente os pênaltis selariam o encontro do goleiro com o camisa 10 mais famoso do mundo na época.

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Curiosamente, antes da partida o possível duelo entre os dois havia sido destaque na imprensa europeia. Ivkovic conta que alguns jornalistas alemães lhe deram a ideia de fazer uma nova aposta com Maradona. O goleiro topou, mas o argentino não quis. Pelo jeito, o astro do Napoli tinha desconfiança de que poderia novamente se dar mal no confronto.

"Nesse pênalti na Copa eu fiz a menção que ia pular para o lado esquerdo, que havia sido onde o Maradona bateu no outro jogo. Mas na hora de saltar eu mudei o movimento e caí para o lado direito para evitar o gol", contou Ivkovic. Após perder o pênalti, Maradona se desesperou. Para a sorte dele, os iugoslavos tiveram um aproveitamento ruim naquela tarde. A Argentina avançou à semifinal ao vencer por 3 a 2.

O histórico de defesas contra Maradona faz parte da vida do croata até hoje. O segredo, segundo ele, foi a parte psicológica. "Eu sempre gostava de desafiar os grandes jogadores. É mais fácil defender o pênalti chutado por eles do que dos outros porque esses jogadores pensam demais, querem enganar os goleiros. É um jogo de antecipação e de mexer com os nervos do adversário", contou.

Ivkovic disse que Maradona foi o melhor jogador que enfrentou e tem orgulho de ter sido um algoz do craque. "Maradona sempre vai fazer parte da minha vida. Uma tristeza que morreu tão cedo. Era um jogador do povo, diferente dos craques de hoje em dia. Ele foi genial, mas pagou caro pelo que fez fora de campo", comentou.

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