O Cruzeiro fez deste domingo (15) um dia especial para sua torcida. Na decisão do Campeonato Mineiro, o time azul derrotou o arquirrival Atlético-MG por 2 a 0 e não apenas ficou com o título, mas acabou com o sonho do Galo de manter sua hegemonia e ser bicampeão estadual. Isso tudo na Arena do Jacaré, em Sete Lagoas, lotada apenas por cruzeirenses - isso porque os dois times concordaram de ter apenas uma das torcidas em cada jogo da decisão, e hoje era a vez da Raposa.
O cenário não começou favorável ao Cruzeiro, que perdeu o primeiro jogo da decisão por 2 a 1 e veio para o segundo confronto sem seu principal jogador, o meia argentino Montillo, que levou um controverso cartão vermelho e foi suspenso. Já Thiago Ribeiro, que ficou afastado por uma contusão, voltou ao time. Soma-se a toda pressão o fato de o time azul ter sido recentemente eliminado na Libertadores. A cobrança era por resultados melhores.
No Atlético, a pressão era outra. Atual campeão mineiro, o time alvinegro queria manter a hegemonia contra o maior rival e defender o título. Além disso, estava à prova a juventude do Galo, que dispensou jogadores experientes e apostou em nomes como Fillipe Soutto, Giovanni Augusto e Serginho. Outro jovem talento que também começou jogando foi o goleiro Renan Ribeiro, que era dúvida por ter levado uma bolada no olho nos treinos. Mancini sentiu dores, mas também começou jogando. Richarlyson, que estava suspenso, foi opção no banco.
O primeiro tempo teve algumas boas chances, mas ficou mesmo no 0 a 0. Pelo Cruzeiro, o experiente Roger - que formou o setor ofensivo do meio-campo com Gilberto - teve duas boas chances, aos 22min, na pequena área, e aos 29min, de falta. Em ambas, ele obrigou Renan Ribeiro a fazer boas defesas.
Depois duas boas chances do Galo. Magno Alves invadiu a área com perigo, mas foi bloqueado por Gil, aos 32min. Depois, Giovanni matou no peito o cruzamento de Guilherme Santos e bateu, mas mandou para fora. Antes do apito final, em um intervalo de apenas dois minutos, Mancini e Serginho cometeram faltas duras e levaram, cada um, um cartão amarelo.
Apesar de ter o resultado a seu favor, o técnico Dorival Jr. mexeu no Atlético no intervalo: saíram Mancini e Renan Oliveira, entraram Richarlyson e Cláudio Leleu. Não adiantou: quem teve outra chance foi o Cruzeiro, com Roger, aos 14min. Ele recebeu na área e bateu no cantinho e mandou para fora, tirando tinta da trave. A terceira alteração do Galo veio logo depois, aos 16min: Bernard assumiu o lugar de Guilherme Santos e, logo de cara, tomou o amarelo.
Depois, foi a vez de o lado azul fazer mudanças: aos 18min, André Dias entrou na vaga de Everton, e aos 27min Fabrício pegou o lugar de Henrique em campo. Adivinha só? O mesmo efeito: quem teve a boa chance foi o Galo. Magno Alves recebeu sozinho, livre de marcação e invadiu a área. Só que ele quis driblar o goleiro e acabou perdendo a bola...
"Quem não faz, leva", certo? Já ouviu o ditado? Pois é. Pouco depois de Magno Alves perder o gol, aos 30min do segundo tempo, o cruzeirense Wallyson invadiu a área do time rival e bateu rasteiro no canto, abrindo o placar. Minutos depois, o cansado Roger deu lugar a Léo. E, apesar do gol marcado, quem dominou o fluxo do jogo e pressionou por mais um gol foi o Cruzeiro.
Ainda deu tempo de Serginho levar o cartão vermelho, aos 41min, e Gilberto bater falta com força e sacramentar a vitória do Cruzeiro, por 2 a 0, no minuto seguinte. O próprio Gilberto e Roger, fora de campo, também conseguiram ser expulsos no finzinho.
Caso os dois times empatem no saldo de gols nas duas partidas da final, não é o gol marcado fora de casa que desempata no Campeonato Mineiro - mas sim a melhor campanha na fase anteior. Nem precisou. Deu Cruzeiro.
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