DIEGO GARCIA E EDUARDO GERAQUE
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - As divergências quanto ao uso das catracas são mais um capítulo da relação turbulenta entre o Palmeiras e a WTorre, construtora do Allianz Parque e sócia do clube em sua administração.
Desde 2014, clube e empresa travam disputas por divisão de receitas e quitação de despesas.
A primeira desavença surgiu após desacordo por não pagamento de uma taxa de manutenção pelo Palmeiras, que está prevista no contrato. O valor chega a R$ 300 mil por partida. Desde que o estádio foi inaugurado, isso nunca ocorreu.
Pelo acordo, o Palmeiras tem direito a tudo o que for arrecadado com venda de ingressos em jogos de futebol.
A construtora fica com a maior parte do lucro com a exploração de outros eventos na arena.
Sem receber a taxa, a WTorre deixou de repassar, em 2015, o montante que o clube tem direito da receita com shows realizados no local. O contrato determina que o Palmeiras receba 20% da arrecadação líquida. Até o fim de 2017, a arena teve 36 eventos entre concertos de música e festivais.
O clube entende ter direito a receber R$ 14 milhões (valor reajustado pela inflação) que não foram repassados pela construtora e foi à Justiça, no fim de 2017. Mas o tribunal decidiu que a discussão tem que ser resolvida em arbitragem, conforme determina o contrato entre os sócios.
Até o fim de 2017, a WTorre conseguiu uma receita líquida de R$ 146 milhões com shows, naming rights, comércio de cadeiras e camarotes, locações do estádio e contratos de publicidade.
Já o Palmeiras ganhou ao menos R$ 122 milhões líquidos com bilheteria em 94 jogos disputados até o final de 2017.
A parceria entre Palmeiras e WTorre tem duração de 30 anos e vale até 2044.
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