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Globo reduz proposta de TV aberta para quem fechou com a Turner

ALEX SABINO E DIEGO GARCIA SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - A Rede Globo fez propostas de renovação de direitos de transmissão em TV aberta e PPV (pay-per-view) para sete times da Série A com redutores no valor total que estes teriam direito a receber. As equ

Da Redação

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Escrito por Da Redação
Publicado em 06.03.2018, 20:50:00 Editado em 06.03.2018, 20:50:13
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ALEX SABINO E DIEGO GARCIA

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SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - A Rede Globo fez propostas de renovação de direitos de transmissão em TV aberta e PPV (pay-per-view) para sete times da Série A com redutores no valor total que estes teriam direito a receber. As equipes assinaram com o Esporte Interativo, empresa do Grupo Turner, para TV fechada de 2019 a 2024, mesmo período proposto pela Globo.

No contrato de TV aberta, a redução pode chegar a 20% por ano. No pay-per-view, seria de 5,27% por partida.

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A reportagem viu o modelo de contrato enviado por Fernando Manuel Pinto, diretor de Direitos Esportivos da Globo.

Santos, Palmeiras, Internacional, Atlético-PR, Paraná, Ceará e Bahia disputarão a Série A em 2018 e possuem contrato com o Esporte Interativo, emissora do Grupo Turner. Desses, Santos, Paraná e Ceará assinaram contrato com a Globo nos termos propostos pela emissora.

A reportagem apurou que os demais clubes que assinaram contrato com a Turner relutam em aceitar a oferta por não a considerar justa.

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Na proposta enviada pela Globo, no item 1.3, a emissora justifica pagar menos para quem assinou com o concorrente dizendo ser um princípio de isonomia "uma vez que o clube celebrou contrato com outra empresa por meio do qual cedeu os direitos de transmissão de seus jogos nas temporadas de 2019 a 2024 em TV fechada com potenciais consequências sobre os direitos referentes às transmissões de TV aberta".

Há um texto parecido na seção 2.1, que justifica os descontos nos acordos de PPV.

Em fevereiro de 2016, o Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) pediu à Globo explicações sobre a negociação dos direitos de transmissão do Campeonato Brasileiro a partir de 2019. Uma das perguntas foi: "há alguma cláusula que preveja vantagem, preferência ou qualquer tipo de diferenciação para o clube que celebre contrato com o Grupo Globo para transmissão em TVs aberta e fechada?".

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A Globo pediu sigilo das respostas. Uma das funções do Cade, delimitadas em seu site, é "julgar os processos administrativos relativos a condutas anticompetitivas".

Segundo o contrato, o desconto será sobre o total que o clube tem a receber no ano.

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A Globo busca reduzir os valores porque a assinatura dos sete clubes em TV fechada com o Esporte Interativo vai mexer com o modelo de negócios de transmissão da empresa a partir de 2019.

No contrato atual, as emissoras da Globo manejam as transmissões como querem, já que têm os direitos sobre os 380 jogos da Série A. A cada rodada são transmitidos três em TV aberta (para diferentes cidades), duas no SporTV e todas em PPV.

No modelo brasileiro, as duas equipes envolvidas na partida precisam concordar com a transmissão pela TV.

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O Esporte Interativo fechou acordo com 17 clubes, entre Séries A, B e C. Os que estiverem na primeira divisão vão dividir R$ 520 milhões por ano. Cada clube ainda recebeu R$ 40 milhões de prêmio pela assinatura do contrato.

A proposta da Globo para TV aberta a partir de 2019 é de R$ 600 milhões por ano para os 20 clubes da Série A. O modelo de divisão será de 40% repartidos igualmente, 30% pelo número de transmissões e 30% de acordo com a classificação no torneio do primeiro ao 16º. O campeão embolsa R$ 18 milhões e o valor cai até o 16º, que recebe R$ 6,12 milhões. Os rebaixados não recebem nada.

Pelos direitos de transmissão na TV fechada, a Globo propõe pagar R$ 500 milhões por ano a partir de 2019, que seriam divididos entre os clubes que fecharem acordo.

Pelo atual contrato, a Globo paga R$ 60 milhões por ano, valor considerado baixo por dirigentes. Para transmitir para o Brasil do Inglês em TV fechada, por exemplo, a ESPN gasta R$ 163 milhões (US$ 50 milhões) por ano.

No PPV, a remuneração é de acordo com o número de torcedores de cada time que assinam o serviço. Há valor mínimo de remuneração. Para atrair Corinthians e Flamengo, clubes de maior torcida, a Globo aumentou esse valor mínima para R$ 120 milhões por ano para cada um.

Na venda de cotas de patrocínio para os pacotes dos jogos de futebol de clubes e o da Copa de 2018, a Globo arrecadou R$ 2,4 bilhões. Para o futebol nacional, o valor de cada cota foi de R$ 230 milhões. Em 2017, quando havia um pacote para todas as transmissões, a cota saiu por R$ 283 milhões.

Por ser um dos canais mais antigos do mercado e por ter os jogos do Brasileiro, o SporTV recebe uma das mais altas taxas de carregamento (o valor que a operadora paga à emissora para tê-la na grade de programação). São cerca de R$ 15 por assinante. A média de mercado é R$ 5.

A oferta da Globo de aplicar o redutor e citar a concorrência para justificá-lo também prepara terreno para negociações futuras. Em 2020, a emissora terá de renovar direitos de torneios como o Paulista e a Copa do Brasil.

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