ALEX SABINO E EDUARDO GERAQUE
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - O Corinthians venceu os três dérbis sobre o Palmeiras em 2017. Foi campeão paulista e brasileiro com Fabio Carille no comando. O Palmeiras, apesar dos investimentos em reforços, terminou a temporada de mãos abandando. Em 2018, a maré pode virar.
As duas equipes se encontram pela primeira vez no ano neste sábado (24), às 17 horas, no Itaquerão. Sob o comando de Roger Machado, o Palmeiras tem a melhor campanha do Estadual e está invicto. O Corinthians não vence há três partidas e não consegue repetir o desempenho eficiente do ano passado.
Mais do que isso, Carille, antes unanimidade, não é o homem de confiança do presidente Andrés Sanchez, segundo o que a reportagem apurou. Entre os cinco candidatos a presidente do clube na eleição realizada no início do mês, Sanchez era o único que não via Carille como o nome ideal para dirigir a equipe.
Mas com o Corinthians recém-saído de uma temporada em que havia conquistado o principal título do país, apesar dos limitados recursos, não havia como mexer na comissão técnica.
"É um jogo que pode mudar tudo, não tem jeito. No ano passado, a gente perdeu o Gabriel [expulso] e foi o jogo que mudou a nossa chavinha. A imprensa e o torcedor começaram a olhar diferente para o nosso time", constata o treinador corintiano.
Ele cita a vitória sobre o Palmeiras em fevereiro de 2017, pelo Paulista. O Corinthians teve o volante expulso no segundo tempo e mesmo com um jogador a menos, venceu por 1 a 0 no Itaquerão. Gol de Jô.
Em 2010, quando o então auxiliar assumiu o time pela primeira vez de forma interina, Sanchez chegou a dizer que não o conhecia.
Foi um lapso de memória na época. Oito anos depois, tentando pacificar a política interna e com o clube e com problemas financeiros no clube, ele deseja ver um técnico forte, que não lhe traga problemas.
DIFERENTE
Sem perder no ano, Roger vive lua de mel no Palmeiras. Desde a apresentação em novembro, e até hoje, no dia do seu primeiro clássico, ele tem agradado a diretoria do clube e o elenco de jogadores.
A leitura do presidente Maurício Galiotte, um dos primeiros avalistas da contratação, é de que Roger defende a filosofia de futebol moderno, jogando para frente, sempre com a bola no chão.
Nos primeiros dois meses de trabalho são oito jogos, sendo seis vitórias e dois empate. A gestão dos jogadores, algo que Roger procura copiar de Tite, tem sido uma das preocupações do técnico. Até agora, também nesse quesito, o resultado tem sido positivo.
"Não existe cadeira cativa. Existe quem está titular no momento", gosta de repetir o técnico para estimular todos os jogadores do Palmeiras.
O treinador também procura, com base na lealdade com os atletas, exercer uma forte liderança no vestiário. O que tem contribuído para que jogadores como Borja, uma das grandes contratações da temporada passada e antes criticado, jogue melhor e faça gols.
Se o ambiente é favorável ao treinador, jogos especiais, como o dérbi, vão ser testes decisivos para reforçar ou não a harmonia do clube.
O clássico pode ser uma armadilha porque a pressão por perdê-lo vai existir, mas, ao mesmo tempo, acontece em um torneio que não é a prioridade para as duas equipes.
Na próxima semana, Corinthians e Palmeiras estreiam na Libertadores, a competição mais importante do ano. Na quarta (28), o Corinthians enfrenta o Millonarios (COL), em Bogotá. O Palmeiras visita o Junior de Barranquilla (COL) na quinta (29).
CORINTHIANS
Cássio; Fagner, Balbuena, Henrique, Maycon; Gabriel, Renê Júnior, Jadson, Rodriguinho, Clayson; Romero. T.: Fábio Carille
PALMEIRAS
Jailson; Marcos Rocha, Antônio Carlos, Thiago Martins, Michel Bastos; Felipe Melo; Tchê Tchê, Lucas Lima; Willian, Borja, Dudu. T.: Roger Machado
Estádio: Arena Corinthians, em São Paulo
Horário: 17h deste sábado
Juiz: Raphael Claus
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