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Deputado, presidente do Corinthians descumpre promessa de se licenciar

ALEX SABINO E DIEGO GARCIA SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - No dia que lançou a candidatura a presidente do Corinthians, em 15 de novembro de 2017, Andrés Sanchez prometeu que, caso eleito, se licenciaria do mandato de deputado federal pelo PT de São Paulo. V

Da Redação

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Publicado em 23.02.2018, 04:05:00 Editado em 23.02.2018, 04:05:09
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ALEX SABINO E DIEGO GARCIA

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SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - No dia que lançou a candidatura a presidente do Corinthians, em 15 de novembro de 2017, Andrés Sanchez prometeu que, caso eleito, se licenciaria do mandato de deputado federal pelo PT de São Paulo. Voltou a fazer a mesma afirmação pelo menos três vezes antes do pleito e a repetiu após a vitória nas urnas.

Vinte dias após voltar ao cargo, ele ainda não tirou a licença prometida e segue deputado. Nesta semana, esteve em sessões do Congresso.

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"Eu tiro quando der e puder. Será rápido. E tem mais, eu não sou obrigado a pedir [licença]", afirmou Sanchez, ao ser questionado pela reportagem sobre o assunto. "É porque eu quero sair, só isso", continuou o deputado. É um tom diferente do adotado quando enviou carta a aliados de seu grupo político, no ano passado, quando decidiu lançar candidatura.

"Sei que é difícil conciliar as funções de presidente do Corinthians com as de representante do povo paulista na Câmara Federal. No dia em que assumir a presidência, me licenciarei temporariamente do cargo de deputado federal para dedicar-me ao clube", dizia a carta.

Segundo sua assessoria de imprensa, o presidente corintiano adiou a licença a pedido do presidente da Câmara Rodrigo Maia (DEM-RJ). A presença de Sanchez ajudaria em votações de projetos considerados importantes.

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Outros deputados do PT também pediram que ele continuasse na Câmara de Deputados. Sanchez pode pedir licença por até 120 dias. Se fizer isso, a vaga de primeiro suplente é de Netinho de Paula, que era do PC do B, mas passou para o PDT em 2015. Há a possibilidade de o PT solicitar que a vaga vá para o segundo suplente, que é do partido: Luiz Cláudio Marcolino.

A possibilidade de Sanchez acumular os cargos de deputado federal e presidente do Corinthians causou discussão antes da eleição.

PROCESSO

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Romeu Tuma Júnior, que perdeu a eleição para para Andrés, entrou com ação na Justiça para impedir a candidatura do rival. Argumentava que a Constituição Federal proíbe um deputado de comandar instituição que tenha relação com dinheiro público.

O Corinthians tem projetos aprovados pela Lei de Incentivo ao Esporte e há ainda o financiamento do Itaquerão. O estádio tem um empréstimo de R$ 400 milhões autorizado pelo BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) e feito pela Caixa Econômica Federal para a construção do estádio.

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O pedido de liminar de Tuma Júnior foi negado.

De acordo com o advogado constitucionalista Ives Gandra Martins, não há qualquer impedimento legal para um presidente de clube ocupar, ao mesmo tempo, um cargo no legislativo.

"Essa interpretação da lei [de que o cartola não poderia acumular os dois cargos] é forçar a barra", disse.

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Não está claro se Andrés Sanchez vai concorrer a novo mandato como deputado nas eleições legislativas de outubro deste ano.

O deputado e presidente do Corinthians empregou aliados do clube em cargos comissionados em seu gabinete na Câmara Federal.

De acordo com a seção de "transparência" do site do legislativo, Sanchez tem 26 secretários parlamentares lotados em seu gabinete em Brasília e escritório político em São Paulo. Destes, seis possuem ligações com ele no clube de Parque São Jorge.

Um deles, André Luiz Oliveira, conhecido como André Negão, é um dos principais apoiadores de Sanchez e foi um dos vices de Roberto de Andrade, que deixou o clube em fevereiro deste ano.

Além dele, Edvânio Jesus, João de Oliveira, Manuel dos Santos Evangelista (conhecido como "Mané da Carne"), Renato de Almeida Bandeira e Alex Sandro Gomes são funcionários do gabinete também ligados ao Corinthians.

Oliveira, Evangelista e Bandeira são conselheiros. Os dois primeiros, vitalícios. O último foi eleito na eleição deste ano pela chapa "Renovação e Transparência", que apoiou a eleição de Sanchez. Os demais são associados.

"Isso é notícia [o deputado não se licenciar]? Tem "nego" lá [no Congresso] que nem aparece", afirmou Andrés. "[Vou tirar a licença] O mais rápido possível", finalizou.

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