SÃO PAULO, SP (UOL/FOLHAPRESS) - O Procurador Hermes Hilarião Teixeira Neto, do Tribunal de Justiça Desportiva do Futebol da Bahia (TJD-BA), ofereceu, nesta quinta-feira (22), denúncia contra todos os envolvidos na confusão do Ba-Vi do último domingo (18). O que mais chama atenção no documento é o pedido de desclassificação e rebaixamento do Vitória do Campeonato Baiano 2018. Em sua avaliação, o clube rubro-negro encerrou a partida 'de forma intencional' e acabou prejudicando terceiros.
'Na nossa avaliação, o Vitoria, através do Mário Silva, que é o supervisor de futebol, do Vagner Mancini e de outros atletas, deram ensejo, de forma intencional, ao encerramento da partida. Isso gera aplicação do art. 205 [veja abaixo], parágrafo II do Código Brasileiro de Justiça Desportiva, porque o Vitória, além de dar ensejo ao encerramento da partida, prejudicou diretamente o Jequié e o Fluminense de Feira", disse em entrevista à Rádio Transamérica FM, de Salvador.
Por essa razão, por ter tido um prejuízo desportivo desses times que não participaram da partida, eu estou pedindo a desclassificação do Vitória do Campeonato Baiano. Em razão do Código Disciplinar da Fifa, que se aplica ao Campeonato Baiano, em razão do seu próprio regulamento, do art. 79, item II, pelo fato de o Vitória ter dado causa ao encerramento da partida, e ter contrariado a ética desportiva, estou pedindo, em nome da Procuradoria, é claro, o rebaixamento do Esporte Clube Vitória", acrescentou.
Além de Vágner Mancini e Mário Silva, o Procurador ofereceu denúncia contra 12 jogadores, sendo oito do Vitória (Kanu, Denílson, Rhayner, Yago, Fernando Miguel, Bruno Bispo, Ramon e André Lima) e quatro do Bahia (Vinícius, Edson, Rodrigo Becão e Lucas Fonseca).
Com a denúncia sendo apresentada nesta quinta-feira (22), o julgamento deve acontecer já na próxima terça (27).
Veja todas as denúncias oferecidas:
Vitória: Provocar suspensão do jogo causando prejuízo desportivo a terceiros Desclassificação do Campeonato Baiano 2018, Rebaixamento para a Série B do Campeonato Baiano, multa de até 100 mil
Vágner Mancini: Fere ética disciplinar/suspender jogo 01 a 06 partidas
Kanu: Agressão + ameaça 100 reais a 100 mil + 04 a 12 partidas
Yago: Agressão 04 a 12 partidas
Denílson: Agressão 04 a 12 partidas
Rhayner: Agressão 04 a 12 partidas
Edson: Agressão 04 a 12 partidas
Rodrigo Becão: Agressão 04 a 12 partidas
Fernando Miguel: Ato hostil 01 a 03 partidas
Lucas Fonseca: Empurrar com força excessiva pescoço / ato desleal e hostil 01 a 03 partidas
Vinicius: Comemorar com gestos obscenos 02 a 06 partidas
Bruno Bispo: Fere ética disciplinar / suspender jogo 01 a 06 partidas
André Lima: Fere ética disciplinar / suspender jogo 01 a 06 partidas
Ramon: Fere ética disciplinar / suspender jogo 01 a 06 partidas
Mario Silva (supervisor): Fere ética disciplinar / suspender jogo 01 a 06 partidas
O que aconteceu na partida
A partida foi encerrada antecipadamente porque o Vitória ficou com apenas seis jogadores em campo -um time precisa ter ao menos sete para seguir jogando. Kanu, Rhayner, Denilson, Uillian Correia e Bruno Bispo, do Vitória, levaram vermelho. No Bahia, os expulsos foram Lucas Fonseca, Vinícius, Rodrigo Becão e Edson, sendo que os dois últimos estavam no banco.
Denilson abriu o placar para o Vitória no 1º tempo. A briga começou quando Vinicius, do Bahia, fez o gol do empate, no 2º tempo. Ele converteu a penalidade e fez uma "dança do créu" na comemoração, em frente à torcida rubro-negra, o que irritou os jogadores do Vitória. Com isso, uma briga generalizada teve início e fez com que a partida ficasse paralisada por 16 minutos.
Depois da briga, a partida foi reiniciada, mas durou pouco. Primeiro, Uillian Correia foi expulso por fazer falta dura em Zé Rafael. Depois, Bruno Bispo também recebeu o cartão vermelho por chutar a bola para longe e retardar uma cobrança de falta e deixou o Vitória com apenas seis jogadores em campo, o que fez o árbitro encerrar a partida aos 34min do segundo tempo.
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