JOSÉ EDGAR MATOS
SÃO PAULO, SP (UOL/FOLHAPRESS) - "Acabou em pizza". O velho clichê agora cabe para protestos no futebol, mais especificamente na Portuguesa.
Revoltados com a derrota da última terça-feira (30) para o Oeste, por 3 a 0, em pleno Estádio do Canindé, pelo Campeonato Paulista da Série A-2, torcedores interceptaram as pizzas que seriam destinadas ao jantar dos jogadores. O grupo fez uma vaquinha, juntou R$ 300 e comprou dos dois motoboys as dez "redondas" direcionadas para o elenco.
A história foi revelada pelo site Netlusa e contada à reportagem por Flávio Barreto, presidente da Leões da Fabulosa, torcida organizada do clube, e presente no momento em que as pizzas acabaram interceptadas. Nem tanto a fome, mas a indignação pelo resultado foi o que gerou a compra do jantar destinado aos atletas.
"A gente foi para o vestiário vaiar os jogadores e cobrar o próprio presidente [Alexandre Barros], mas não deixaram a gente entrar. Chegaram duas motos da pizzaria, e os motoqueiros estavam procurando um tal de Edu. A gente falou que não 'tinha Edu p... nenhuma' e mandamos o cara embora. Deixaram as pizzas com a gente", afirmou Flávio Barreto, que sequer comeu um pedaço.
"A gente colocou as pizzas em um tabuleiro que vendem uns doces lá, mas a moça nem foi ontem [terça-feira]. Colocamos lá, mas eu mesmo não comi de tanta raiva. Cada pizza era R$ 30, e a gente vive fazendo vaquinha para comer pizza de R$ 10", acrescentou o torcedor.
De acordo com Barreto, nem mesmo o protesto impediu os jogadores da Portuguesa de desfrutarem de uma boa pizza na noite da última terça-feira. "E ainda chamaram uma nova pizza pelo portão 7 e eles comeram. A gente 'tomou' as que foram pelo portão 3 ou 4", relembrou.
A reportagem entrou em contato com o presidente Alexandre Barros, que não atendeu às ligações até a publicação deste texto. A assessoria do clube, por outro lado, declarou que nenhum dirigente irá se pronunciar sobre a interceptação das pizzas dos jogadores.
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