ALEX SABINO
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - José Carlos Peres rejeita a acusação de que a união das oposições no Santos não aconteceu por causa dele.
"Houve reuniões e eu disse que abriria mão da candidatura. Fiz apenas uma pergunta: para quem? Teria de ser alguém mais preparado do que eu", responde o candidato à presidência.
Na visão dele, não há. Aos 69 anos e aposentado do mercado financeiro, considera que esta é a sua última chance para realizar o sonho de ser presidente. Algo que quase aconteceu no final de 2014. Perdeu para Modesto Roma Júnior por 182 votos na segunda votação. A primeira, realizada uma semana antes, foi anulada por tentativa de fraude.
"Muita gente que viajou para votar, não voltou. Pelos meus cálculos, se a primeira votação fosse adiante, eu teria vencido."
Criador da ONG Santos Vivo, em 2000, Peres teve relação com todas as administrações que passaram pelo clube desde então. Afirma que fez isso para ajudar, acima de correntes políticas.
Qualquer conversa com o candidato na campanha é recheada pela expressão "choque de gestão". É a maneira de dizer como pretende mudar os destinos do Santos. Ele evita ao máximo fazer ataques aos concorrentes para passar a imagem de quem deseja apenas apresentar propostas. Essa estratégia quase lhe rendeu a presidência há três anos.
"Eu já provei o quanto sou santista. Não sou paraquedista que apareci neste ano. Estou no clube há mais de 20 anos", afirma.
Para ocupar a vaga de vice, fechou acordo com Orlando Rollo, que também foi candidato em 2014 e ficou em quarto. A estratégia é que Peres apele ao público que está em São Paulo. Rollo, ex-líder da Torcida Jovem, tem penetração em Santos e com o eleitorado mais jovem. Ambos cederam para costurar a aliança.
Peres sempre foi partidário da construção de uma nova arena. Hoje quer dividir as partidas entre a Vila Belmiro e o Pacaembu. Rollo era ferrenho opositor do voto pela internet para as futuras eleições presidenciais. Hoje, a ideia é uma das bandeiras da chapa.
"O Santos está à beira de um colapso e precisa de um choque de gestão. Alguém tem de arrumar o clube."
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