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Brasileiro enganava chefe e desviava propina de dirigentes para si próprio

JAMES CIMINO NOVA YORK, EUA (FOLHAPRESS) - O brasileiro Fabio Tordin, ex-CEO da Traffic USA, contou nesta quarta-feira (6) em depoimento no julgamento do caso de corrupção da Fifa, em Nova York, detalhes de como fazia a intermediação do pagamento de propi

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Publicado em 06.12.2017, 21:35:00 Editado em 06.12.2017, 21:35:05
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JAMES CIMINO

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NOVA YORK, EUA (FOLHAPRESS) - O brasileiro Fabio Tordin, ex-CEO da Traffic USA, contou nesta quarta-feira (6) em depoimento no julgamento do caso de corrupção da Fifa, em Nova York, detalhes de como fazia a intermediação do pagamento de propina de empresas de marketing esportivo a dirigentes da Concacaf (Confederação de Futebol das Américas do Norte, Central e do Caribe).

O executivo disse, por exemplo, que inflava os valores das propinas pedidas por dirigentes ao seu chefe para embolsar parte do pagamento.

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Tordin afirmou que começou a atuar no esquema após ser demitido pela Traffic, empresa na qual trabalhou entre 2003 e 2006, e se tornar sócio da empresa Imagina. Seu objetivo era tirar da Traffic USA os direitos de transmissão para países caribenhos nas eliminatórias da Concacaf para as Copas de 2014, 2018 e 2022. Em 2011, foi contratado como consultor pela Media World, de propriedade do empresário Roger Huguet, com a mesma meta.

Foi lá que ele conheceu o colombiano Miguel Trujillo, ex-agente de futebol licenciado pela que Fifa, com quem começou a atuar para conseguir contratos de direitos de transmissão através de pagamento de suborno. Trujillo se declarou culpado em 2016 pelas acusações de lavagem de dinheiro, fraude e declaração falsa de imposto de renda.

Na negociação de propina com Alfredo Hawit, então presidente da Federação Autônoma de Futebol de Honduras, Trujillo e Tordin negociaram pagamentos de propinas US$ 500 mil pelas eliminatórias da Copa de 2018 e mais US$ 600 mil pela de 2022. No entanto, disseram para Huguet que o valor relativo a 2022 seria de US$ 1 milhão e embolsaram os outros US$ 400 mil.

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Os dois primeiros países nos quais eles conseguiram tirar os direitos de transmissão das eliminatórias da Traffic foram Guatemala e El Salvador. Segundo Tordin, para conseguir os contratos, eram pagos US$ 200 mil por acordo para Jack Warner, então presidente da Concacaf e vice-presidente da Fifa.

Eles ainda teriam acertado pagamento de mesmo valor (US$ 200 mil) pelos direitos de transmissão das eliminatórias na Costa Rica, mas a confederação não aceitou o contrato por "motivos internos", segundo informou na época a CFU (União Caribenha de Futebol). Nessa ocasião, segundo Tordin, Jack Warner em pessoa viajou até Miami para dizer a eles que o novo contrato não seria honrado e que manteriam os direitos com a Traffic.

Pelos direitos de transmissão das eliminatórias da Copa em El Salvador, eles teriam acertaram com os executivos da federação local de futebol pagar US$ 230 mil em propinas pelo torneio de 2018 e US$ 200 mil por 2022.

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A competição entre Traffic e Media World tornou as negociações complicadas, e as concorrentes resolveram formar uma parceria para negociar o pacote caribenho em conjunto.

"Compramos então os direitos das eliminatórias direto da CFU com um acerto de pagamento de propinas a Jack Warner no valor de US$ 3 milhões. Metade seria pago pela Traffic e metade pela Media World. Como Jack Warner foi suspenso por receber propina para eleger o presidente da Fifa, ele foi tirado da Concacaf em 2011 e quem assumiu foi o Alfredo Hawit, que acabou herdando o direito aos pagamentos", disse Tordin.

Em 2016, no entanto, Hawit foi extraditado para os Estados Unidos para responder aos crimes de lavagem de dinheiro e fraude neste mesmo esquema.

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