SÉRGIO RANGEL
RIO DE JANEIRO, RJ (FOLHAPRESS) - O advogado Marcelo Campos Pinto não se pronuncia desde terça-feira (14), quando o empresário argentino Alejandro Burzaco, dono da Torneos y Competencias, admitiu ter pago milhões de dólares em propina junto com à Globo e à mexicana Televisa para cartolas do continente. Segundo delação do argentino, Campos Pinto deu seu aval em alguns negócios com pagamento de propina.
A reportagem telefonou e enviou mensagens para o cartola por quatro dias. No final da tarde de sexta-feira (17), a reportagem foi até a casa de Campos Pinto, na zona sul do Rio, para entrevistá-lo. Um funcionário do advogado disse que o ex-executivo da Globo agradecia o contato, mas não pretendia conceder entrevista.
Na terça-feira, o Jornal Nacional, da Globo, informou que não conseguiu contato com o ex-executivo.
GLOBO
Em nota, a emissora com sede no Rio informou que Campos Pinto "saiu da Globo em 2015 por conta da reorganização do Esporte, que evoluiu para uma área integrada, passando a abranger da aquisição de direitos à produção de conteúdo".
Ao ser questionado sobre o depoimento do empresário argentino, o Grupo Globo informou que "sobre isso, vale nosso posicionamento já divulgado".
"O Grupo Globo afirma veementemente que não pratica nem tolera qualquer pagamento de propina. Esclarece que após mais de dois anos de investigação não é parte nos processos que correm na Justiça americana", afirmou a empresa.
"Em suas amplas investigações internas, apurou que jamais realizou pagamentos que não os previstos nos contratos. Por outro lado, o Grupo Globo se colocará plenamente à disposição das autoridades americanas para que tudo seja esclarecido. Para a Globo, isso é uma questão de honra", acrescentou.
"O Grupo Globo deseja esclarecer que Marcelo Campos Pinto, em apuração interna, assegurou que jamais negociou ou pagou propinas a quaisquer pessoas", conclui a nota da emissora.
Tanto José Maria Marin quanto Marco Polo Del Nero negam ter recebido qualquer valor irregularmente.
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