GIANCARLO GIAMPIETRO
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Após derrota preocupante contra o Fluminense, na qual foi criticado até mesmo pelo seu técnico, que reclamou de apatia, o São Paulo deu neste domingo (22) a reposta de que precisava.
No Pacaembu, o time se impôs fisicamente contra o Flamengo no primeiro tempo, se segurou no segundo e venceu por 2 a 0, para ganhar fôlego na luta contra o rebaixamento.
Agora, tem cinco pontos de distância para o 17º colocado, a Ponte Preta, que ainda recebe o Avaí, em Campinas. A diferença para a zona de descenso, porém, não será menor que quatro pontos, uma vez que o Vitória, o 16º, perdeu para o Bahia por 2 a 1.
Com 37 pontos, o São Paulo fica a dez da meta estabelecida pela sua torcida para lhe preservar de críticas. Em tese, 47 pontos seria um número seguro para garantir o time na Série A na próxima temporada. No atual formato do Brasileiro, nunca houve um rebaixado com essa pontuação.
Como anfitrião, porém, nas últimas rodadas, a equipe de Dorival Júnior não tem dado muitos motivos para seu torcedor reclamar. Longe de seus domínios é que está o problema -o time é o pior visitante do campeonato, ao lado da Ponte Preta.
Após empate com o líder Corinthians, em 24 de setembro, já são agora três triunfos consecutivos. A última derrota em casa aconteceu em 3 de agosto, contra o Coritiba.
Esse desempenho caseiro é o que salva o São Paulo no Brasileiro. Restam agora mais quatro compromissos nessas condições.
Lucas Pratto, aos 13min, e Hernanes, aos 39 min, definiram a vitória.
O gol do argentino, aliás, foi simbólico em relação ao comportamento são-paulino em campo. Após escanteio, o lateral esquerdo Edimar desviou no primeiro pau e o centroavante empurrou a bola para dentro do jeito que deu, quase em cima da linha.
A presença de Edimar no time titular, aliás, era outro indício do que o São Paulo buscava.
O técnico Dorival Júnior fez duas mudanças. Além de Edimar, voltou o volante Jucilei, respectivamente para os lugares de Júnior Tavares e Lucas Fernandes.
Saíram dois de seus jogadores mais jovens. Além de experiência, o que o São Paulo ganhou mais foi vigor físico.
Tavares e Fernandes são mais habilidosos. Mas, precisando de reação após o duro revés contra o Fluminense, por 3 a 1, Dorival procurou outra rota. O lateral falhou mais uma vez na defesa na quarta-feira ao cometer o pênalti que abriu a contagem. Já o meia vinha produzindo pouco, sem contribuir com a articulação da forma como o técnico esperava. Franzino, sem pegada, também não colaborava com a marcação.
JUCILEI MOSTRA SERVIÇO
O perfil físico de Jucilei não poderia ser mais diferente do que o de Fernandes. Neste domingo, ele foi um dos destaques da vitória, fazendo a limpa à frente da área. O volante havia perdido espaço na equipe desde empate com a Ponte Preta, em 9 de setembro. Dorival vinha alternando a escalação de Lucas Fernandes e do argentino Jonathan Gómez no meio.
Se não bastasse, o volante, emprestado pelo Shandong Luneng, da China, ainda viu o presidente Carlos Augusto de Barros e Silva, o Leco, praticamente descartar sua permanência no clube em 2018. Segundo o dirigente, os valores para tê-lo em definitivo seriam inviáveis.
Leco esteve no Pacaembu neste domingo. Talvez reavalie agora sua posição.
Combativo, atento, o volante usou suas passadas largas para brecar as investidas de um ataque perigoso. Sem Paolo Guerrero à frente -poupado com dores musculares- e com o meia Diego no banco, o técnico Reinaldo Rueda apostou numa formação ágil e hábil, com Berrío, Éverton e Geuvânio. Esse quarteto buscava infiltrações entre a zaga e os laterais do São Paulo.
Jucilei e Edimar ajudaram o São Paulo a se segurar especialmente no segundo tempo. Com a vantagem no placar, o time da casa recuou e permitiu volume de jogo sufocante ao Flamengo. Trata-se de algo atípico no Brasileiro, mas dessa vez a defesa tricolor não falhou tanto.
O time tem agora mais dez pontos para buscar, nas contas de sua torcida.
O Brasileiro dá uma pausa durante a semana, para a disputa das Copas internacionais. Quando retornar, no sábado (28), o São Paulo terá o Santos pela frente. Um clássico, e contra a terceira melhor campanha do campeonato.
A boa notícia para seu torcedor é que será mais um jogo em casa, diminuindo a chance de a versão apática da equipe retornar.
SÃO PAULO: Sidão; Militão (Aderllan), Rodrigo Caio, Arboleda e Edimar; Petros, Jucilei, Hernanes, Cueva (Gomez) e Marcos Guilherme (Denilson); Pratto
T.:Dorival Júnior
FLAMENGO: Diego Alves; Pará, Réver, Rhodolfo e Trauco; Willian Arão e Cuéllar; Geuvânio (Lucas Paquetá), Éverton Ribeiro e Everton (Gabriel); Berrío (Diego)
T.: Reinaldo Rueda Árbitro: Rafael Traci (PR)
Assistentes: Ivan Carlos Bohn e Luciano Roggenbaun (ambos do PR)
Público/Renda: 31.285 (pagante)/R$ 887.460,00
Gols: Lucas Pratto (SAO), aos 13 min do primeiro tempo; Hernanes (SAO), aos 39 minutos do primeiro tempo.
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