JULIANNE CERASOLI
SUZUKA, JAPÃO (UOL/FOLHAPRESS) - A McLaren fez a vontade de Fernando Alonso e rompeu com a Honda para ter os motores Renault na próxima temporada. Mas o espanhol ainda não assinou sua renovação e disse na Malásia, onde foi o 11º colocado na corrida vencida por Max Verstappen no último domingo (1º), que só vai tomar uma decisão entre as etapas do Japão, que será realizada já neste final de semana, e a seguinte, que será nos Estados Unidos. Esse é o prazo que eu me coloquei para tomar uma decisão e escolher o que quer que eu ache que será o melhor, afirmou.
Nos últimos meses, Alonso pressionou fortemente a McLaren para que rompesse com a Honda, repetindo que via a equipe com possibilidades de lutar por vitórias caso tivesse um motor diferente. Mas o espanhol ainda não está convencido. E nem a McLaren tem garantias de que poderá manter um dos maiores salários da categoria. Já repeti várias vezes: quero voltar a ser competitivo, a lutar por pódios, pela vitória e pelo campeonato e ainda preciso de mais informações para tomar minha decisão. Ao mesmo tempo, eu continuo otimista porque a Mclaren é um dos melhores times da história da Fórmula 1, então acho que temos tudo o que precisamos para chegar lá.
No entanto, esse parece ser apenas o discurso oficial, pois o próprio Alonso deu uma dica do que realmente está adiando o acordo: quando perguntado se queria um contrato por um ano para ficar livre no final de 2018, como é o caso dos pilotos da Mercedes, Red Bull e de Kimi Raikkonen, além de vários que estão no meio do pelotão, o bicampeão disse que não, pois a minha visão de automobilismo é mais ampla do que isso.
Depois de ter disputado as 500 Milhas de Indianápolis neste ano, Alonso tenta repetir o feito ano que vem, e pressiona também para participar das 24 Horas de Le Mans. O chefe da McLaren, Zak Brown, contudo, já afirmou publicamente que o time não permitirá que o piloto perca alguma etapa da F-1 para correr em outra categoria, o que impossibilitaria pelo menos sua participação na prova norte-americana.
Outra questão é financeira: a Honda injetava milhões de dólares na equipe, enquanto a Renault vai cobrar pelos motores. Por conta disso, a equipe precisa de parceiros para manter o nível salarial de Alonso.
A McLaren já tem a confirmação de que Stoffel Vandoorne vai continuar na equipe ano que vem.
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