GIANCARLO GIAMPIETRO
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Durante o anúncio formal das escalações do Allianz Parque, o locutor do estádio costuma nominar os jogadores visitantes com tom tedioso. Algumas poucas vaias acompanham as nominações.
Neste sábado (30), porém, quando o centroavante Ricardo Oliveira foi apresentado, a vaia foi estrondosa. Ao marcar o gol da vitória do Santos sobre o Palmeiras, por 1 a 0, pela 26ª rodada do Brasileiro, o atacante santista deu mais motivos para ser perseguido pela torcida alviverde.
Com o triunfo, o Santos esfria a reação palmeirense no campeonato e se distancia na vice-liderança. Com 47 pontos, tem agora quatro de vantagem sobre o Palmeiras e fica a sete do Corinthians, o primeiro colocado, que enfrenta o Cruzeiro, em Belo Horizonte, neste domingo (1º).
Foi a primeira vitória santista no novo estádio palmeirense.
Ricardo Oliveira fez o gol solitário da noite aos 30 minutos do segundo tempo, quando o time da casa levava muito mais perigo na partida. Ele aproveitou a oitava assistência de Bruno Henrique no campeonato, quesito no qual agora divide a liderança com o meia Gustavo Scarpa, do Fluminense.
Era o momento também em que o gramado do Allianz Parque apresentava condições muito mais favoráveis de jogo, se comparadas às da etapa inicial.
O placar magro não foi de se estranhar. O sistema ofensivo das equipes não vinha produzindo muito nas últimas semanas.
Desde que bateu o São Paulo por 4 a 2 em 27 de agosto, em tentativa de reação, o time de Cuca somou mais sete pontos em três rodadas. Marcou, porém, apenas três gols nessa sequência positiva, vencendo as últimas duas partidas por 1 a 0, contra Coritiba e Fluminense.
Do outro lado, o Santos havia feito quatro gols nos últimos cinco jogos. No campeonato como um todo, seu ataque pena para se fazer presente: são apenas 26 gols em 25 jogos.
A forte e insistente chuva, antes da partida e no decorrer dos 90 minutos, tratou de dificultar ainda mais a criação dos rivais paulistas.
Qualquer plano de jogo, de Palmeiras e Santos, que presumisse mais toque de bola ficou na gaveta. Principalmente no primeiro tempo.
Em alguns trechos do gramado, especialmente a faixa pela qual o Palmeiras, pela esquerda, durante o primeiro tempo. Daniel Guedes, o lateral-direito santista, mal teve com o que se preocupar.
Segundo time que mais acerta passes no campeonato, segundo o Footstats, com 91%, o Santos completou 76% de suas tentativas neste sábado. Já o Palmeiras caiu de 89% para 81%. Muitas faltas foram cometidas também. Com 22, o Santos superou a média de 13,1 do campeonato. Com 18, o Palmeiras bateu por pouco sua média de 16,7.
Na volta do intervalo, com o gramado já em poças, o Palmeiras voltou muito mais ofensivo. Não conseguiu, porém, finalizar com qualidade.
Do outro lado, o Santos mal arriscava, até Ricardo Oliveira aparecer com liberdade o suficiente na pequena área para completar o contragolpe santista, de cabeça.
Na comemoração, o veterano se atirou no gramado de carrinho. Depois, abraçou os companheiros, ergueu os indicadores em gesto característico.
Quando substituído nos minutos finais, para dar lugar a Kayke, a aflição palmeirense era tanta que Oliveira mal foi vaiado. Algo que certamente não vai acontecer no próximo encontro com o rival.
PALMEIRAS
Fernando Prass, Mayke, Luan, Juninho, Zé Roberto (Thiago Santos), Jean (Alejandro Guerra), Tchê Tchê, Moisés, Dudu, Deyverson, Willian (Borja)
T.: Cuca
SANTOS
Vanderlei, Daniel Guedes, Lucas Veríssimo, David Braz, Zeca, Alison, Matheus Jesus, Jean Mota (Serginho), Bruno Henrique, Ricardo Oliveira (Kayke), Copete
T.: Levir Culpi Árbitro: Marcelo Aparecido R. de Souza (SP)
Assistentes: Anderson José de Moraes Coelho (SP) e Bruno Salgado Rizo (SP)
Público/Renda: 37.527 pagantes/R$ 2.760.716,34
Cartões amarelos: Luan, Mayke e Fernando Prass (PAL); Matheus Jesus, Jean Mota, Zeca, Alisson e Bruno Henrique (SAN)
Gol: Ricardo Oliveira, aos 30min do segundo tempo (SAN).
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