SÃO PAULO, SP (UOL/FOLHAPRESS) - O técnico Eduardo Baptista se mostrou indignado ao comentar sobre as agressões de torcedores a jogadores ocorridas na última segunda-feira (25), no desembarque da Ponte Preta no aeroporto de Viracopos, em Campinas (SP), após a derrota do time para a Chapecoense.
Em entrevista coletiva realizada nesta terça (26), no CT do Jardim Eulina, o treinador, o presidente Vanderlei Pereira e diretor jurídico Giuliano Guerreiro falaram com a imprensa e aproveitaram para prestar total apoio ao elenco alvinegro, que já voltou a treinar normalmente. Entre todos os discursos, o de Eduardo Baptista foi o que mais chamou atenção.
"O sentimento é de indignação. Futebol não é isso. Não vejo ninguém indo em Brasília para pressionar quem está roubando a gente. Se vive mau momento, é do ser humano. A palavra não é medo. Se qualquer um chega e ameaça sua família, qual será sua reação? Vivemos uma época de degradação da raça humana. Quem não ficou com medo ontem [segunda]?", declarou o treinador.
Eduardo Baptista recordou o acidente aéreo ocorrido com o time da Chapecoense em novembro de 2016 para afirmar que providências precisam ser tomadas antes que algo pior aconteça.
"No Brasil, precisou morrer 72 no acidente com a Chapecoense para dar valor ao fato de que é preciso viajar com segurança, com avião de empresa grande. Brasil é o país do jeitinho. Às vezes esperam uma tragédia para tomarem alguma providência. Esse é o Brasil", destacou.
Em um dos trechos da entrevista, o presidente Vanderlei Pereira seguiu a mesma linha do técnico e ressaltou que os jogadores não podem ficar sujeitos à ira de 'torcedores' por conta de resultados.
"Se todo mundo achar que bater é a solução, que resolve o problema, aí é uma palhaçada. Todo mundo está sofrendo pressão. Daqui a pouco, fica impraticável fazer o futebol no Brasil", disse o mandatário, que relatou o sofrimento das famílias dos jogadores por conta do episódio.
"Uma minoria abordou elenco e comissão técnica, tenho certeza que não representa a nação ponte-pretana. Democracia tem que ter responsabilidade. Aceita que vá ao campo, vaie e proteste. Mas agredir, não. Tivemos filhas e esposas chorando à noite. Um ato que extrapolou todos os limites. Vamos tomar todas as providências", acrescentou.
A Ponte Preta volta a campo na próxima segunda-feira (2) para encarar o Flamengo no Moisés Lucarelli, pela 26ª rodada do Campeonato Brasileiro.
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