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Há exatos 40 anos, Pelé fazia nos EUA sua última partida competitiva

Foi num estádio de beisebol adaptado às pressas para uma partida de futebol que o rei Pelé participou do último jogo competitivo de sua carreira há exatos 40 anos. Vestindo camisa verde e calção branco, Edson Arantes do Nascimento entrou em campo no dia 2

Da Redação

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Pelé participou do último jogo competitivo de sua carreira há exatos 40 anos.  Foto:
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Pelé participou do último jogo competitivo de sua carreira há exatos 40 anos. Foto:
Escrito por Da Redação
Publicado em 28.08.2017, 07:00:00 Editado em 28.08.2017, 15:45:18
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Foi num estádio de beisebol adaptado às pressas para uma partida de futebol que o rei Pelé participou do último jogo competitivo de sua carreira há exatos 40 anos. Vestindo camisa verde e calção branco, Edson Arantes do Nascimento entrou em campo no dia 28 de agosto de 1977 para defender as cores do Cosmos, de Nova York, contra o Sounders, de Seattle.

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A partida que definiria o campeão da Liga Norte Americana de Futebol (NASL) deveria ser realizada em campo neutro, segundo as regras da competição.

Portland, distante apenas 280 km de Seattle, foi a cidade sorteada para delírio dos torcedores do Sounders que lotaram o Civic Stadium (atual Providence Park). Naquele domingo de chuva, 35.548 torcedores quebraram o recorde de público do estádio que hoje pertence aos Timbers, campeão americano de 2015.

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A lotação máxima atual é de 21 mil pessoas. Foi a segunda vez que o estádio receberia um "rei" —a primeira foi 20 anos antes, em 1957, quando Elvis Presley, o rei do rock, fez um show no local.

Com uma cerveja numa mão e um cachorro-quente na outra, Roger Andrus, na época com 25 anos, sentou-se em uma das últimas fileiras da arquibancada montada para a decisão do campeonato.

"O lugar era péssimo, bem como toda a estrutura do estádio", lembra Andrus.

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Ele e a namorada pagaram US$ 4 (US$ 16 em valores atualizados, cerca de R$ 50) por cada ingresso.

"Quando vi que a final seria contra o Cosmos, de Pelé, foi um misto de felicidade e decepção. Ele era um herói para todos nós mas naquele momento ele era o mais temido adversário", diz Andrus.

O estrelado time nova-iorquino contava ainda com o alemão Franz Beckenbauer, o italiano Giorgio Chinaglia e o capitão da seleção brasileira de 1970, Carlos Alberto Silva.

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O derradeiro jogo finalizaria também a única experiência profissional da carreira de Pelé fora do Santos, clube em que o atacante brasileiro conquistou 45 títulos.

O considerado atleta do século foi contratado pelo Cosmos em junho de 1975, com salário anual de US$ 1,4 milhão (US$ 68 milhões em valores corrigidos).

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Quando o relógio marcou 13h, o juiz apitou o início da partida. Quem esperava ver uma atuação memorável do rei Pelé, decepcionou-se. Apesar da ótima forma física para um atleta de 36 anos, o brasileiro brilhou pouco em campo. Aos 19 minutos do primeiro tempo, para desespero da torcida do Sounders, o goleiro Tony Chursky tentou recolocar uma bola em jogo mas acabou dando de presente o primeiro gol para o Cosmos, numa roubada de bola de Steve Hunt, sem dúvida o melhor jogador da partida. Quatro minutos depois, numa linda tabela, o Sounders conquista o empate. Fim do primeiro tempo.

Na transmissão ao vivo pela ESPN, o "show do intervalo" incluiu a entrega de um Toyota Celica 1977, cor vinho, para o melhor jogador do campeonato. Franz Beckenbauer foi o escolhido, mas os holofotes estavam mesmo apontados para o tricampeão mundial nascido em Três Corações (MG).

O narrador Jon Miller explicava aos telespectadores que era última chance de Pelé conquistar um campeonato internacional por um clube. Edson Arantes do Nascimento era "o atleta mais fabuloso da história dos esportes e talvez o mais adorado também", nas palavras do comunicador.

De volta ao segundo tempo, o time do Sounders parecia perdido em campo, criando poucas jogadas ou chutes a gol. Aos 22 minutos, Chinaglia dá uma cabeceada certeira, confirmando o campeonato para o time de Nova York por 2 a 1.

"Foi uma festa muito bonita. Era um jogo importante porque foi uma decisão de campeonato e eu não queria me despedir como perdedor. Isso era muito importante para mim", afirma Pelé à reportagem.

Ao final da partida, o rei do futebol tirou sua camisa, foi abraçado pelos jogadores e saiu escoltado por policiais que o protegiam do assédio de torcedores que invadiram o campo. Depois disso, ele nunca mais calçou as chuteiras para jogar uma partida competitiva.

Trinta e quatro dias depois, no estádio do Cosmos em Nova York, Edson Arantes do Nascimento despediu-se oficialmente do futebol em um diferente jogo exibição entre Cosmos e Santos. Pelé literalmente virou a casaca: no primeiro tempo jogou pelo Cosmos e marcou um gol de falta e na segunda etapa vestiu a camisa do clube do coração que perdeu por 2 a 1 do time norte-americano.

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