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Com repasse bloqueado, órgão da natação corta de pessoal a prêmio

PAULO ROBERTO CONDE SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Dois meses depois de assumir a presidência, o paulista Miguel Cagnoni classifica a situação que encontrou na CBDA (Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos) como de "terra arrasada". Segundo o dirigen

Da Redação

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Escrito por Da Redação
Publicado em 12.08.2017, 07:00:07 Editado em 12.08.2017, 07:00:08
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PAULO ROBERTO CONDE

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SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Dois meses depois de assumir a presidência, o paulista Miguel Cagnoni classifica a situação que encontrou na CBDA (Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos) como de "terra arrasada".

Segundo o dirigente, a entidade tem inúmeras contas bancárias bloqueadas —por irregularidades ou prestações de contas problemáticas— e tem como receita só um repasse advindo dos Correios, seu principal patrocinador.

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Outros recursos federais ou provenientes da Lei Piva —verba arrecadada em loterias e distribuída pelo COB (Comitê Olímpico do Brasil) entre as confederações esportivas— também estão bloqueados, de acordo com ele.

O montante bloqueado estaria na casa de R$ 1 milhão. À reportagem, o COB confirmou haver prestações atrasadas, deixadas pela gestão anterior, comandada por Coaracy Nunes por quase 30 anos.

"Nós temos trabalhado com uma única conta liberada. O restante, tentamos liberar aos poucos. Muitas contas estão glosadas até por motivos bobos", disse Cagnoni, que foi eleito dia 9 de junho.

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Antes do início de cada ano, o COB define a quanto cada confederação terá direito das verbas da Lei Piva. A liberação dos valores é feita após a apresentação de projetos, e todos os desembolsos têm de ser comprovados.

Como a CBDA ainda deve comprovação de anos anteriores, não pode receber novos repasses. A previsão da confederação para 2017 é de até R$ 3,6 milhões.

Com o arrocho forçado, a nova administração foi obrigada a enxugar os gastos.

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Houve redução de cerca de 45% na folha de pagamento. Dos cerca de 70 funcionários que estavam dentro da confederação quando Cagnoni foi empossado, restaram 37. Mais cortes ainda devem ser feitos nas próximas semanas.

A quitação de salários dos empregados tem sido feita com o dinheiro da única conta bancária já liberada. É também dessa rubrica que saíram os recursos para bancar a parte que cabia à CBDA da organização do Troféu José Finkel, segunda principal competição da natação do país, que termina neste sábado (12) em Santos (SP).

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"Estamos em um regime de contenção de gastos violento e isso reflete no dia a dia", complementou Cagnoni.

Uma das medidas foi cortar, no José Finkel, um mimo que era dado a quem entregava medalhas aos vencedores de cada prova na hora do pódio. "É uma praxe, mas tivemos de cortar porque não há dinheiro. Temos um rombo", afirmou o presidente.

Cagnoni era opositor do ex-mandatário da CBDA, Coaracy Nunes, que a geriu por quase 30 anos (desde 1988) até seu mandato expirar, no último mês de março.

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Nunes e outros três dirigentes de sua gestão —Ricardo Cabral, Ricardo de Moura e Sergio Alvarenga— foram presos em abril alvos de operação da Polícia Federal e hoje estão soltos graças a habeas corpus. O caso, entretanto, ainda corre na Justiça.

O Ministério Público Federal em São Paulo acusou-os de corrupção (fraude em licitações e desvios de verba).

Como o mandato de Nunes expirou em março e ainda não havia sido realizada nova eleição presidencial, no mesmo mês a Justiça do Rio nomeou um interventor, o advogado Gustavo Licks, para administrar a CBDA e organizar um novo pleito, vencido por Cagnoni.

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Pelo fato de a votação ter sido organizada pela Justiça, a Fina (Federação Internacional de Natação) afirmou de início que não reconheceria a vitória. Também cogitou não autorizar a participação do Brasil no Mundial de Budapeste, realizado em julho. Os atletas teria de competir com bandeira neutra, mas a ameaça não se consolidou.

Depois disso, a federação arrefeceu o tom, mas pediu que a CBDA fizesse adaptações em seu estatuto.

Uma assembleia extraordinária foi marcada pela confederação para o próximo dia 22, no Rio, para que se tente ratificar essas modificações e, assim, a Fina reconheça o resultado das urnas.

Cagnoni, que dirigiu a Federação Aquática Paulista entre 1994 e 2017, evitou criticar o antecessor, mas contratou auditoria externa para esquadrinhar os contratos e procedimentos sob Nunes.

"Nós pegamos, na parte de controles da confederação, uma terra arrasada. Do ponto de vista de administração, está muito caótico", afirmou.

O Brasil saiu do Mundial de Budapeste com oito medalhas, das quais três na maratona aquática —um ouro e dois bronzes com Ana Marcela Cunha— e cinco na natação —ouro de Etiene Medeiros nos 50 m costas, e pratas nos 50 m borboleta, 50 m peito, 50 m livre e 4 x 100 m.

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