Chefe da Mercedes promete surpresas no mercado de pilotos já em agosto

JULIANNE CERASOLI

LONDRES, REINO UNIDO (UOL/FOLHAPRESS) - Ele é o chefe da Mercedes, mas não se limita a cuidar do futuro apenas dos pilotos de sua equipe. Afinal, Toto Wolff também acumula a função de gerir os passos da montadora alemã na F-1, e isso inclui tanto as equipes clientes, como também os pilotos que fazem parte do programa de desenvolvimento.

Por conta disso, desde o ano passado, o austríaco vem sendo fundamental para definir os passos do mercado de pilotos, e isso deve voltar a acontecer nos movimentos deste ano. Tanto, que Wolff já adiantou esperar que as peças comecem a se mexer já no mês de agosto. “Há muitos movimentos no tabuleiro de xadrez no momento. Então acredito que, nas próximas duas semanas, podemos ver coisas interessantes acontecendo”, afirmou.

Essas peças, contudo, devem ser do meio para o fim do pelotão. O próprio Wolff indicou que Valtteri Bottas deve renovar com a Mercedes, em negócio que deve ser anunciado em setembro -o finlandês chegou a dizer, quando perguntado sobre as negociações, que quer aproveitar agosto para “ficar bebendo cerveja na sauna”- e Lewis Hamilton tem contrato em vigor até o final de 2018. Já na Ferrari, o presidente Marchionne disse que o time está satisfeito com a dupla atual, ambos ainda sem contrato para 2018. Na Red Bull, por sua vez, Christian Horner já avisou que Daniel Ricciardo e Max Verstappen têm contrato.

As mudanças às quais Wolff se refere devem acontecer no final do grid. O austríaco tenta encontrar uma vaga para Wehrlein, que deve estar fora da Sauber, que deve se tornar uma plataforma para testar pilotos Ferrari. A Scuderia está com uma boa safra em seu programa de desenvolvimento, com Antonio Giovinazzi e o virtual campeão da F-2 em seu ano de estreia, Charles Leclerc, e precisa colocá-los no grid via seus parceiros, o que não deve acontecer na Haas, que confirmou a continuidade de Romain Grosjean e Kevin Magnussen.

Fontes ouvidas pelo UOL Esporte afirmam que Esteban Ocon, que é piloto Mercedes, está insatisfeito com sua posição na Force India e estuda romper com os alemães, abrindo espaço para Wehrlein, mas isso só faria sentido se ele tivesse uma opção melhor.

Opção que pode surgir na Renault, que não vai renovar o contrato de Jolyon Palmer. A equipe vive o fator Kubica, com a tentativa do polonês retornar ao grid e é o alvo de outros pilotos infelizes com sua atual situação, como Carlos Sainz, da Toro Rosso.

Para o time italiano, a prioridade é manter Sainz e possivelmente também Kvyat, mesmo com o russo se envolvendo em vários incidentes neste ano. Isso porque há dúvidas sobre a capacidade de seu substituto direto, Pierre Gasly.

Mas há outras duas vagas cobiçadas que podem se abrir, com os veteranos Felipe Massa e Fernando Alonso se aposentando. O brasileiro diz que fica caso tenha um carro competitivo e não vê movimentos na Williams para substituí-lo, ao mesmo tempo em que flerta com a Fórmula E, e o espanhol espera uma definição da McLaren em termos de motores para definir seu futuro, algo que deve se estender até setembro ou outubro.