SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - O São Paulo anuncio nesta segunda-feira (3) a demissão do técnico Rogério Ceni. O ex-jogador do clube foi contratado no final de 2016, mas assumiu a equipe em 2017.
"O São Paulo FC comunica que Rogério Ceni deixa o comando técnico de sua equipe principal. Em sua passagem como treinador, Ceni demonstrou a dedicação e o empenho que o caracterizaram como atleta. Desejamos boa sorte a este que sempre será um dos maiores ídolos de nossa história", informou o clube em comunicado.
"O respeito e o reconhecimento pela grandeza de Rogerio Ceni, como figura histórica desta instituição, serão eternamente celebrados", afirmou o presidente da equipe, Carlos Augusto de Barros e Silva.
Dia 15 de setembro de 2013. Foi nesta data que, pela última vez, o São Paulo havia frequentado a zona de rebaixamento do Brasileiro.
Neste domingo (2), depois de quase quatro anos, a ameaça de cair para a Série B voltou a atormentar os são-paulinos. Com a derrota por 2 a 0 para o Flamengo, na Ilha do Urubu, pela 11ª rodada do torneio nacional, a equipe treinada por Rogério Ceni caiu para a 17ª posição, a primeira que compõe a faixa dos quatro que serão rebaixados à Série B em 2018.
O São Paulo igualou-se com o Bahia em pontos (11), em número de vitórias (três) e no saldo de gols (-1). Porém, o time de Salvador, que empatou em 0 a 0 com o rival Vitória na rodada, leva vantagem nos gols marcados (13 contra 10), o terceiro critério de desempate do Brasileiro, empurrando o time do Morumbi para a zona de risco.
Sob o comando do ídolo, estreante como treinador, o time conviveu com altos e baixos e amargou três eliminações em mata-matas nesta temporada: Paulista, Copa do Brasil e Sul-Americana. Soma-se agora uma nova preocupação: manter-se na elite nacional.
ZONA DE RISCO
Sem vencer há seis rodadas pelo Campeonato Brasileiro e em meio a uma reformulação do elenco -foram 15 contratações e seis jogadores vendidos em 2017-, o time flerta com situação pouco comum em sua história: lutar para não ser rebaixado.
Desde a adoção do sistema por pontos corridos no Brasileiro, em 2003, a equipe paulista frequentou a zona de rebaixamento em apenas seis oportunidades: 2003, 2005, 2008, 2009, 2012 e 2013.
O período de maior risco foi em 2013, quando ficou 12 rodadas no chamado Z4. O São Paulo viveu uma temporada conturbada, com quatro técnicos diferentes à frente do elenco - Ney Franco, Milton Cruz, Paulo Autuori e Muricy Ramalho. Este último conseguiu a reação necessária para fugir da Série B na ocasião.
DIFERENÇAS
Bem diferente do sucinto comunicado desta segunda-feira (3), o São Paulo anunciou a contratação de Ceni com grande fanfarra em 24 de novembro de 2016, um dia depois da demissão de Ricardo Gomes, quando o time ainda estava disputando o Brasileiro. Restavam duas rodadas na competição. À época, depois de diversas inserções do clube em suas diversas redes sociais, o presidente Leco tratou a contratação de um treinador estreante como "protagonista".
"Rogério Ceni sempre foi. Nos últimos 12 meses, mostrou ambição em se qualificar para uma nova função, estudou com os melhores do mundo, e nos convenceu ao apresentar um projeto consistente e contemporâneo. É uma figura de enorme importância para o clube que chega com a determinação de ser o melhor novamente, dessa vez como treinador", afirmou.
Ceni encerrou sua carreira de goleiro em dezembro de 2015, acumulando diversos títulos pelo São Paulo. Ganhou duas Libertadores e dois Mundiais (1993 e 2005), além do tricampeonato brasileiro entre 2006 e 2008.
A partir do momento que se distanciou do clube, o ex-atleta passou a se dedicar a estudos para iniciar uma nova jornada, como técnico. Passou meses na Inglaterra e também visitou diferentes clubes e seleções em busca de conhecimento.
Em menos de um ano de preparação, já estava contratado para guiar o São Paulo como treinador.
Na hora de compor sua comissão técnica, inovou ao indicar dois estrangeiros: o inglês Michael Beale, seu assistente direto, e o francês Charles Hembert, atuando como supervisor voltado para a área de logística. Com o time envolto por forte pressão por resultados, Beale pediu demissão na sexta-feira (30).
Dois dias depois, veio a derrota contra o Flamengo, que encerrou precocemente o projeto ambicioso que Ceni tinha para o clube.
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