SÉRGIO RANGEL
RIO DE JANEIRO, RJ (FOLHAPRESS) - Um documento da CBF assinado pelo secretário-geral Walter Feldman foi apresentado pelo advogado de Sandro Rosell nesta quinta-feira (22) na tentativa de conseguir a liberdade provisória do cartola catalão.
Na carta entregue aos representantes da Audiência Nacional, Feldman nega que a CBF tenha sido prejudicada pelo ex-presidente do Barcelona e amigo de Ricardo Teixeira, ex-chefe da entidade por mais de duas décadas. A informação foi revelada pelo jornal "Mundo Deportivo", da Espanha. À reportagem, a CBF confirmou o envio do documento, mas disse que não comentaria o seu teor.
Rosell foi preso em maio na operação denominada Rimet -em alusão à taça Jules Rimet, entregue aos campeões mundiais até 1970 e roubada no Brasil.
A operação tem como principal alvo as relação de Rosell e a CBF. De acordo com investigadores, mais de 15 milhões de euros (cerca de R$ 50 milhões) foram divididos pelo catalão e por Teixeira. Os valores teriam sido recebidos de forma ilegal na negociação dos direitos de imagem da seleção brasileira.
A operação é um trabalho do Ministério Público da Espanha em colaboração com autoridades suíças e o FBI.
Além de apresentar o documento assinado por Feldman, o defensor de Rosell pediu a libertação do cartola alegando que não existe risco de fuga do cartola.
Apontado como sócio oculto de Teixeira, o ex-presidente do Barcelona repassou pelo menos R$ 23,8 milhões ao cartola mineiro e seus familiares. A maior parte foi embolsada no final do seu último mandato, em março de 2012.
O ex-presidente do Barcelona começou sua amizade com Teixeira no final dos anos 1990, quando Rosell se mudou para o Brasil como executivo da Nike, empresa que patrocinava a seleção. Após a Copa de 2002, Rosell deixou a multinacional e se tornou parceiro da CBF.
O catalão fundou a Brasil 100% Marketing, empresa que promovia os amistosos da seleção. Ele ainda criou a Ailanto, outra firma montada para realizar um jogo da seleção em 2008 em Brasília.
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