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Olimpíada do Rio fica sem custo total oficial

ITALO NOGUEIRA RIO DE JANEIRO, RJ (FOLHAPRESS) - A Olimpíada do Rio ficou sem uma versão oficial do custo total do evento. Ex-dirigentes da APO (Autoridade Pública Olímpica) decidiram não atualizar dados do Plano de Políticas Públicas, um dos documentos o

Da Redação

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Escrito por Da Redação
Publicado em 14.06.2017, 17:00:03 Editado em 14.06.2017, 17:00:06
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ITALO NOGUEIRA

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RIO DE JANEIRO, RJ (FOLHAPRESS) - A Olimpíada do Rio ficou sem uma versão oficial do custo total do evento. Ex-dirigentes da APO (Autoridade Pública Olímpica) decidiram não atualizar dados do Plano de Políticas Públicas, um dos documentos oficiais para se chegar à conta.

Já a última versão da Matriz de Responsabilidades, documento que descreve gastos com instalações esportivas e serviços diretamente ligados aos Jogos, foi divulgada nesta quarta-feira (14) sem informações consideradas essenciais pelo TCU (Tribunal de Contas da União). Ela aponta um investimento total de R$ 7,23 bilhões.

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Somando dados dispersos, enviados à imprensa por cada ente público, o gasto total dos Jogos de acordo com a metodologia dos governos federal, estadual e municipal foi de R$ 42,8 bilhões.

Esta conta considera o Plano de Políticas Públicas —referente a obras de infraestrutura da cidade prometidas ao COI mas sem relação direta com os Jogos, como a linha 4 do metrô— a Matriz de Responsabilidade e o comitê organizador.

O TCU, contudo, indica que valores que superam R$ 4 bilhões não constam dos relatórios oficiais. Entre eles está inclusive o custeio da APO e da EOM (Empresa Olímpica Municipal), órgãos criados exclusivamente para a organização dos Jogos. A Matriz também não descreve, por exemplo, o gasto na construção do pavilhão 6 do Riocentro, usado como arena do boxe.

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Também não consta do balanço verba dispendida com a segurança do evento, tanto dentro das arenas como o contingente extra nas ruas. Muito menos os benefícios fiscais para a realização dos Jogos.

A Aglo (Autoridade de Governança do Legado Olímpico) organizou nesta quarta uma audiência pública para divulgar a última versão da Matriz e o Plano de Legado. O ex-diretor-executivo da APO, Walter Silva Jr., disse que ficou decidido que o Plano de Políticas Públicas não seria atualizado oficialmente.

"Por lei, a APO tinha a missão de consolidar a Matriz, com os projetos exclusivamente olímpicos", disse Silva Jr.

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O representante da APO disse ainda que teve de fazer buscas no site de dados da Prefeitura do Rio para levantar os custos finais de algumas arenas —os dados antes eram enviados por cada governo para a APO. É um cenário bem distinto do apresentado anos antes dos Jogos, quando o ex-presidente da APO, general Fernando Azevedo e Silva, apresentou a primeira versão dos documentos em janeiro de 2014 junto com representantes de todos os envolvidos nos Jogos.

A falta de transparência foi uma marca dos Jogos, de acordo com estudo do Instituto Ethos revelado há um ano.

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A entidade avaliou 142 itens, de dados apresentados em sites a realização de audiências públicas sobre impacto dos Jogos na vida das regiões atingidas por obras.

De acordo com o instituto, os órgãos públicos não facilitam a obtenção de informações consolidadas sobre os Jogos, como gastos para o evento. O pior, segundo o Ethos, foi o governo do Estado, que recebeu nota 23,86, seguido do governo federal (38,42) e prefeitura (40,93).

"Não consigo um orçamento consolidado dos Jogos porque preciso analisar cada contrato das secretarias municipais e somá-los", disse à época Paula Oda, coordenadora do projeto.

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O TCU vai analisar no processo de auditoria já aberto sobre o tema a Matriz divulgada.

LEGADO

O presidente da Aglo, Paulo Márcio, expôs os planos para explorar o Parque Olímpico da Barra. A intenção é usar a área para eventos privados, esportivos e projetos sociais. A fim de gerar renda para ajudar na manutenção do espaço —calculado em R$ 45 milhões anuais—, estuda-se até em fazer um estacionamento no local.

A subsecretária de Esportes, Patrícia Amorim, disse que a Prefeitura do Rio não tem recursos para erguer as quatro escolas com o material proveniente da desmontagem da Arena do Futuro —local das competições de handebol. A "arena nômade" era um dos símbolos que a gestão Eduardo Paes (PMDB) apresentava como legado social da Olimpíada.

A gestão do Parque Olímpico da Barra se tornou um desafio após a concessão da área feita pela prefeitura, ainda na gestão Paes, não atraiu interessados aptos a gerir o espaço. Desde então, as arenas foram, em quase sua totalidade, transferidas para o Ministério do Esporte.

O plano divulgado será analisado pelo Ministério Público Federal, que propôs ação civil pública contra o governo federal exigindo a apresentação do planejamento de uso das arenas.

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