GIANCARLO GIAMPIETRO
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Tanto Cleveland como Golden State possuem artilharia pesada. Chegam à final com os sistemas ofensivos mais eficientes dos playoffs da NBA. Os Cavs fizeram média de 120,7 pontos a cada 100 posses de bola, enquanto os Warriors anotaram 115,8.
Comparando, o ataque mais poderoso que a liga já viu -o "showtime" dos Lakers de Magic Johnson pela campanha 1986-87- teve índice de 115,6.
No entanto, o modo como os finalistas deste ano buscam a cesta não poderia ser mais diferente.
Os Warriors apresentam proposta solidária: 70,2% de suas cestas são assistidas. Consequência de um plano de jogo que valoriza frenética movimentação.
Mesmo cestinhas temíveis como Stephen Curry e Kevin Durant são submetidos à engrenagem. A meta é a imprevisibilidade.
Por outro lado, tudo o que os Cavs praticam gira em torno de LeBron James e seu pacote inigualável de força, explosão atlética, recursos técnicos e visão de quadra, cercado por perigosos arremessadores.
O astro controla a bola, enquanto seus companheiros abrem espaço.
Devido às peripécias de Curry, Durant e Klay Thompson, é comum classificar o chute de longa distância como a grande arma dos Warriors. Acontece que, em seus 13 jogos pelos mata-matas, os Cavaliers os superaram em aproveitamento, acertando 43,5% de seus disparos.
Outro trunfo dos atuais campeões são os rebotes. A presença física de Tristan Thompson, Kevin Love e James no garrafão já criou muitos problemas nos confrontos diretos.
Com exceção do arrojado Kyrie Irving, porém, falta a Cleveland jogadores criativos. A defesa dos Warriors, muito mais agressiva que a de seu rival, vai perseguir James.
Se conseguirem ao menos incomodar o astro -já que não há ninguém na NBA que possa anulá-lo-, ficarão próximos do título.
Resta saber se o ala Andre Iguodala, responsável por sua contenção em 2015, ainda tem fôlego para a missão. Ainda mais com o astro convertendo surpreendentes 42,1% de três pontos, quando o aproveitamento de sua carreira é de 34,2%. Devido ao poderio de fogo do time no perímetro, marcação dobrada não é estratégia muito recomendável.
Para os Cavs, as questões defensivas são mais contundentes. Sua temporada foi marcada por oscilações (ou desinteresse) na hora de marcar, a ponto de o time terminar com a oitava pior defesa. Nunca um time com rendimento tão baixo foi campeão.
De todo modo, depois de um início ainda dormente pelos playoffs contra Indiana, Cleveland despertou e agora tem a terceira melhor defesa. Contra os Warriors, deslizes básicos tendem a ser castigados.
Deixe seu comentário sobre: "Jogo coletivo dos Warriors volta a desafiar LeBron"