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Corinthians vence descrédito e leva título do Campeonato Paulista

EDUARDO RODRIGUES E LUIZ COSENZO SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - De "quarta força" do Estado a campeão do Campeonato Paulista. Em cinco meses, o desacreditado Corinthians, formado por um elenco com jogadores pouco badalados e até por apostas da diretoria em

Da Redação

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Escrito por Da Redação
Publicado em 07.05.2017, 18:20:07 Editado em 07.05.2017, 20:44:37
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EDUARDO RODRIGUES E LUIZ COSENZO

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SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - De "quarta força" do Estado a campeão do Campeonato Paulista. Em cinco meses, o desacreditado Corinthians, formado por um elenco com jogadores pouco badalados e até por apostas da diretoria em virtude da grave crise financeira que atravessa, superou as expectativas e com um futebol que privilegia a organização tática conquistou o seu primeiro título em uma temporada que era vista sob desconfiança.

O 28º troféu Estadual veio após o empate em 1 a 1 com a Ponte Preta, no Itaquerão. No jogo de ida, o clube alvinegro já havia vencido por 3 a 0.

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O time se isolou ainda mais na liderança de conquistas do Paulista. Palmeiras e Santos, que dividem a segunda posição, têm 22. O São Paulo soma 21 taças.

O desfecho deste domingo, porém, só foi possível porque o grupo se mostrou unido e comprou as ideias defensivas do técnico Fábio Carille, que assumiu o cargo no final do ano passado após o clube não encontrar no mercado profissionais livres e que se enquadravam na realidade financeira do time.

Um dos principais problemas financeiros enfrentados pelo clube é com relação ao Itaquerão, construído em 2014 para ser palco da abertura da Copa do Mundo, que continua acumulando prejuízos. Por contrato, o valor total da construção do estádio foi de R$ 985 milhões. O custo somado com os juros chegará a R$ 1,64 bilhão.

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A dificuldade aumentou no início deste ano em virtude do começo pouco empolgante da equipe, que afastou o torcedor do estádio. A renda dos jogos é essencial para o pagamento da arena, já que é destinada a um fundo para quitar as dívidas.

Dentro de campo, a torcida corintiana via um time sem referência. Dos quatro clubes considerados grandes foi o que menos investiu. O Palmeiras só com Borja e Guerra gastou R$ 45 milhões. O São Paulo pagou R$ 20 milhões em Lucas Pratto, enquanto o Santos investiu R$ 13,5 milhões em Bruno Henrique.

Já o Corinthians optou por nomes como o volante Paulo Roberto, o zagueiro Pablo e o atacante Kazim, o que irritou os torcedores, que protestaram. Os mais conhecidos foram Jô, contratado no ano passado, e Jadson, que chegaram sob desconfiança após atuarem no futebol chinês, além do volante Gabriel, pouco utilizado no rival Palmeiras em 2016.

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No dia 11 de janeiro, membros das torcidas organizadas foram ao Centro de Treinamento protestar. "Presidente omisso" e "era Dualib mais era Andrés Sanchez é igual a falência financeira do Timão" eram algumas das faixas estendidas no portão do CT.

Fora de campo, o Corinthians vivia grandes problemas nos bastidores. O presidente Roberto de Andrade passava por um processo de impeachment, que acabou sendo arquivado após acordo com o grupo encabeçado pelo ex-presidente Andrés Sanchez.

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O prognóstico pessimista dos torcedores aumentou na segunda rodada do Campeonato Paulista. Em casa, a equipe foi derrotada por 2 a 0 para o Santo André e saiu de campo vaiada. Na primeira rodada, uma vitória magra com um gol de pênalti

REVIRAVOLTA

No início de janeiro, Fábio Carille disse que todos os problemas extra-campo não chegariam aos jogadores e que aquele protesto do dia 11 "fazia parte das equipes grandes".

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Tratado como a "quarta força do futebol paulista", a equipe ignorou as críticas e passou a aprimorar principalmente o setor defensivo.

"Até nós mesmos achávamos que éramos a quarta força. Mas procuramos nos fechar, olhar no olho de cada um e falar a verdade", revelou Carille uma semana antes do último confronto pelo Paulista.

O duelo contra o Palmeiras, pela quinta rodada do Estadual, foi uma das provas de que o time tinha assimila a inferioridade técnica para o rival, que tornou-se um dos mais badalados do país pelo investimento feito, e jogou dentro de suas possibilidades.

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No segundo tempo, com um jogador a menos, Carille recuou o time formando duas linhas de quatro para segurar o empate e apostou em uma bola para tentar vencer a partida, o que aconteceu com Jô.

O resultado positivo e o estilo aguerrido dos atletas colocaram a torcida novamente ao lado do clube. A esperança dos torcedores reascendeu e o público na Arena Corinthians aumentou no jogo seguinte.

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E foi justamente em um novo clássico, desta vez contra o Santos. O gol da vitória novamente foi de Jô, que viria a se especializar em marcar contra os rivais -em cinco duelos foram cinco gols.

A confiança do grupo foi elevada, e nem mesmo a eliminação na Copa do Brasil, em derrota nos pênaltis para o Internacional abalou na disputa pelo título Paulista.

A conquista coroou uma campanha de 11 vitórias, cinco empates, duas derrotas, 21 gols marcados e apenas dez sofridos (Terá que atualizar).

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40 ANOS DEPOIS

O confronto deste domingo reeditou a decisão do Campeonato Paulista de 1977, que ficou marcada pelo fim da seca de 23 anos sem títulos do Corinthians.

A final de 40 anos atrás teve herói de um lado e vilão do outro. Pelo time corintiano, Basílio fez o gol do título aos 36 minutos do segundo tempo, no terceiro jogo da final (1 a 0).

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Na mesma partida, o atacante Rui Rei foi expulso aos 16 minutos da etapa inicial por reclamar acintosamente de falta com o árbitro Dulcídio Wanderley Boschilia.

Quatro meses depois, o jogador foi anunciado como novo reforço do Corinthians.

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A negociação gerou polêmica sobre um comprometimento dele naquela decisão.

Em 1979, as equipes voltaram a se encontrar, e o time da capital mais uma vez saiu vitorioso.

CORINTHIANS

Cássio; Fagner, Balbuena, Pablo e Arana; Paulo Roberto; Jadson (Pedrinho), Maycon, Camacho (Clayton) e Romero (Léo Jabá); Jô. Treinador: Fábio Carille

PONTE PRETA

Aranha, Nino Paraíba, Marllon, Yago e Reynaldo; Fernando Bob, Jádson (Ravanelli) e Elton; Lucca (Yuri), Pottker e Clayson (Lins). Treinador: Gílson Kleina

Gols: Romero (C), aos 17min, e Marllon (P), aos 40min do 2º tempo

Local: Itaquerão

Público: 46.462 pessoas

Renda: R$ 2.792.212,60

Juiz: Leandro Bizzio Marinho (SP)

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