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Planilha aponta R$ 3,5 milhões de caixa 2 para Andrés Sanchez

RANIER BRAGON, CAMILA MATTOSO E BELA MEGALE BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) - A Odebrecht apresentou ao Ministério Público uma planilha que aponta pagamentos de R$ 3,5 milhões para o deputado Andrés Sanchez (PT-SP) por meio de caixa 2. De acordo com o document

Da Redação

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Escrito por Da Redação
Publicado em 13.04.2017, 14:15:03 Editado em 13.04.2017, 14:15:05
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RANIER BRAGON, CAMILA MATTOSO E BELA MEGALE

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BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) - A Odebrecht apresentou ao Ministério Público uma planilha que aponta pagamentos de R$ 3,5 milhões para o deputado Andrés Sanchez (PT-SP) por meio de caixa 2.

De acordo com o documento, o dinheiro foi repassado a André Luiz de Oliveira, o André Negão, vice-presidente do Corinthians e assessor do gabinete do parlamentar.

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Sanchez, ex-presidente do Corinthians e responsável pela construção do estádio do time, na zona leste de São Paulo, foi eleito em 2014 com 169.658 votos.

Ambos negam irregularidades. A planilha foi entregue ao Ministério Público por Benedito Júnior, o BJ, um dos 77 executivos que fizeram delação premiada com a Lava Jato.

No mês passado, a Folha de S.Paulo revelou a informação.

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O vice do time paulista foi alvo de condução coercitiva em março de 2016 passado em uma das fases da Lava Jato. Ele apareceu numa planilha do setor de operações estruturadas da Odebrecht, área responsável por pagamentos ilícitos.

Na documento, as citações "Timão" e "Alface" apareceram ligadas a um endereço na zona leste de São Paulo, identificado pela Polícia Federal como a residência de André Negão. Havia também um lembrete de um pagamento de R$ 500 mil a ser liquidado na data de 23 de outubro de 2014. A eleição para deputado federal aconteceu no dia 5 de outubro daquele ano.

Negão chegou a ser preso na ocasião da busca e apreensão porque os policiais federais encontraram uma arma de fogo sem licença em sua casa. Ele foi liberado após pagar fiança de R$ 5 mil.

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Luiz Bueno, outro ex-funcionário da empresa, também falou sobre o caixa 2 de Sanchez. Porém, seus documentos estão em sigilo ainda.

ESTÁDIO

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A Odebrecht foi a responsável pela construção da arena do Corinthians, em São Paulo. Sanchez presidiu o clube entre 2007 e 2011. A construção do estádio, que ficou pronto em 2014 e sediou jogos da Copa do Mundo do Brasil, começou no último ano de mandato do dirigente. Sanchez também foi diretor de seleções da CBF entre 2011 e 2012.

BJ e Bueno eram os executivos ligados diretamente às obras da arena. Também eram os funcionários da Odebrecht mais próximos ao ex-presidente Sanchez.

Corintiano, BJ frequentava os camarotes de jogos do clube, inclusive no período em que negociava sua delação. No depoimento aos procuradores, disse saber do caixa 2 para o deputado.

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Bueno, no entanto, foi quem detalhou a transação ao Ministério Público Federal. Depois da eleição, o executivo costumava viajar a Brasília, onde tinha conversas reservadas com o parlamentar em seu gabinete, na Câmara.

Sanchez declarou ter recebido em sua campanha R$ 2,1 milhões, segundo dados do TSE (Tribunal Superior Eleitoral). A única empreiteira que aparece como doadora oficial é a UTC Engenharia, outro alvo da Lava Jato, com valor de R$ 100 mil.

OUTRO LADO

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O deputado federal Andrés Sanchez (PT-SP) nega que tenha recebido qualquer recurso da Odebrecht para sua campanha em 2014.

Segundo o advogado João dos Santos Gomes Filho, "não há qualquer delação direta contra Andrés Navarro Sanchez". Em resposta à reportagem, ele diz que André Luiz de Oliveira, o André Negão, apontado como responsável por receber o dinheiro em espécie, "já se manifestou sobre o tema, esclarecendo que nunca pediu ou recebeu qualquer valor ou vantagem de qualquer natureza em favor ou em nome de Andrés Sanches".

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A defesa do ex-presidente do Corinthians reitera que André Negão deu tais declarações em seu depoimento à Polícia Federal, na sua condução coercitiva, no ano passado. Ele foi conduzido durante a Operação Xepa, 26ª fase da Lava Jato.

O criminalista diz ainda que a delação está "acobertada sob o manto do segredo de justiça" e que como parte da defesa se obriga a respeitar tal decisão.

Procurado, André Negão diz que "nunca recebeu qualquer valor da Odebrecht".

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Ele afirma que não teve acesso aos depoimentos dos delatores e por isso "não se julga no direito de comentar tal suposição".

A Odebrecht, por meio de nota, "reafirma seu compromisso de colaborar com as autoridades. A empresa está implantando as melhores práticas de compliance, baseadas na ética, transparência e integridade".

HISTÓRIA DA ARENA

O ex-diretor da Odebrecht Alexandrino Alencar afirmou que o projeto do Itaquerão "foi concebido para ser um Volkswagen e acabou se transformando em uma Lamborghini.

O delator disse, em depoimento ao Ministério Público Federal, que o pedido feito pelo ex-presidente Lula em 2010 era para que a empresa pensasse em um estádio para 30 mil pessoas, sendo que metade do público ficaria em pé.

"Porque a torcida do Corinthians não senta, ela fica em pé", afirmou, rindo.

INVESTIGAÇÃO

O ministro determinou a abertura de inquérito contra oito ministros do governo Michel Temer (PMDB), 24 senadores e 39 deputados federais. Serão abertas 76 investigações pedidas pela Procuradoria-Geral da República após as delações da Odebrecht.

Entre os citados estão os presidentes da Câmara, Rodrigo Maia (DEM), e do Senado, Eunício Oliveira (PMDB). Dois dos principais aliados de Temer, Eliseu Padilha (Casa Civil) e Moreira Franco (Secreraria-Geral), também estão na lista, que abrange ainda os senadores Romero Jucá e Renan Calheiros, do PMDB, e Aécio Neves (PSDB).

No total a relação tem 98 nomes e inclui três governadores e um ministro do Tribunal de Contas da União. Algumas suspeitas da Procuradoria são corrupção, falsidade ideológica, lavagem de dinheiro, fraude e cartel. Fachin remeteu 201 outros casos a tribunais de instâncias inferiores envolvendo citados sem foro no Supremo -entre os mencionados estão os ex-presidentes Lula, Dilma Rousseff e Fernando Henrique Cardoso.

Os inquéritos iniciam longo trâmite. Investigarão o teor das delações, que precisarão de provas adicionais para tornar-se efetivas. Ainda há as fases de denúncia e do processo, com ampla defesa, antes do julgamento.

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