Conhecido como um dos atletas que mais se cobra por bons resultados e com dificuldade de perder, o nadador brasileiro César Cielo disse nesta quarta-feira (25) que ainda precisa polir algumas características de seu jogo psicológico para alcançar feitos ainda maiores, mas disse que o Brasil não deve criticá-lo após as decepções do Pan-Pacífico, disputado na Califórnia, competição na qual ele perdeu os 50 m e os 100 m livre, duas provas em que detém o recorde mundial.
Perguntado se sua autocobrança era excessiva, Cielo concordou que exagera nas metas que coloca para seu rendimento, mas ressaltou que essa é a única forma de ser bem-sucedido em um esporte de detalhes, como a natação.
- Acho [que me cobro além da conta]. Deve ser mesmo. Porém, posso ter ganhado muitas coisas pelas vitórias, mas sou esse nadador hoje pelas derrotas que eu tive.
Cielo ficou com o bronze nos 100 m livre em Irvine, atrás do norte-americano Nathan Adrian e do canadense Brent Hayden. Nos 50 m livre, prova em que é campeão olímpico, foi superado por Adrian no último metro.
- Tem que saber perder. Se fosse uns anos atrás eu não dava nem entrevista. Imagina você cansado ali após a prova e ter de falar sobre algo que você não quer falar. Preciso aprender a me segurar mais com essa parte da cabeça, mas aceitar uma derrota nunca vai entrar na minha cabeça.
Começando a sentir uma pressão nacional por bons resultados, o nadador disse, contudo, que não deve ser criticado pelos fãs por não ter saído do Pan-Pacífico com três ouros.
- Não [têm o direito de me criticar], por causa das três medalhas que conquistei. Vou terminar de novo o ano como primeiro do ranking em uma prova [50 m borboleta]. Será o terceiro ano seguido que me mantenho na elite.
Com a piscina do Flamengo em reforma, o brasileiro deverá treinar nos próximos meses no Parque Aquático Maria Lenk, preparando-se para a Copa do Mundo e o Troféu José Finkel.
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