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Composição de tribunal antidoping impede admissão do Brasil à Wada

PAULO ROBERTO CONDE SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - A Wada (Agência Mundial Antidoping) resiste em readmitir o Brasil ao seu quadro de nações certificadas devido à composição do Tribunal de Justiça Antidopagem, cujos componentes foram anunciados há cinco mes

Da Redação

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Escrito por Da Redação
Publicado em 18.03.2017, 04:55:00 Editado em 18.03.2017, 04:55:12
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PAULO ROBERTO CONDE

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SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - A Wada (Agência Mundial Antidoping) resiste em readmitir o Brasil ao seu quadro de nações certificadas devido à composição do Tribunal de Justiça Antidopagem, cujos componentes foram anunciados há cinco meses pela ABCD (Autoridade Brasileira de Controle de Dopagem).

O estabelecimento de uma corte única para julgar os casos positivos era exigência antiga da agência mundial, e a demora para sua criação foi o principal fator que levou ao descredenciamento da ABCD, decretado em novembro.

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A Folha apurou que está justamente na composição do tribunal a rejeição da Wada.

Cinco dos nove componentes designados para ocupar cargos na corte têm algum tipo de ligação com confederações esportivas, o que caminha na direção oposta do que recomenda a agência.

O presidente do tribunal, Luciano Hostins, atualmente é responsável pelo departamento jurídico da confederação brasileira de triatlo.

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Ele também já atuou como membro da confederação brasileira de ciclismo e é procurador do STJD (Superior Tribunal de Justiça Desportiva) da confederação de judô.

Membro do tribunal, Eduardo de Rose é integrante das comissões médicas do Comitê Olímpico do Brasil e da Odepa (Organização Desportiva Pan-Americana), que organiza o Pan-Americano.

Além disso, De Rose também é consultor da CBDA (Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos).

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No grupo de especialistas do tribunal também há um gestor de alto rendimento da Comissão Desportiva Militar Brasileira (Guilherme Faria da Silva) e uma promotora com passagem pelo STJD da CBF (Fernanda Bini).

Gustavo Delbin, outro membro, presidiu o STJD da Confederação Brasileira de Atletismo até dezembro.

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A indicação dos nomes do tribunal foi feita pelo Ministério do Esporte, pela Comissão Nacional de Atletas e por confederações esportivas.

Todos os componentes têm reconhecida experiência na área, mas o pedido da Wada era outro. Em março de 2016, a ABCD divulgou em seu próprio site um comunicado no qual a agência mundial reiterava a necessidade de criação de um tribunal único, que "não seja influenciado pelas federações nacionais".

A interpretação do conselho de conformidade da Wada é que o tribunal brasileiro pode sofrer interferência. Por isso, até o momento, ela não concedeu o aval à ABCD.

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No mesmo 20 de novembro em que tirou a certificação da autoridade brasileira antidoping, a Wada também descredenciou as agências da Indonésia e do Azerbaijão.

No mês passado, ela readmitiu os dois países à lista de certificados em conformidade com o código mundial.

Com o descredenciamento, exames antidoping feitos no Brasil não tem validade internacional. Caso o país sedie alguma competição envolvendo outras nações, terá que mandar os exames para serem avaliados no exterior.

Em uma situação extrema, caso o descredenciamento perdure por muito tempo, a participação de atletas brasileiros em competições internacionais pode ser vetada.

OUTRO LADO

Procurado, o Ministério do Esporte afirmou por meio de sua assessoria de imprensa que os "questionamentos referentes à não conformidade da ABCD devem ser dirigidos à Wada".

A pasta disse que já entregou à agência tudo o que foi exigido e que, por enquanto, espera um posicionamento.

O ministério também disse que a composição do Tribunal de Justiça Antidopagem é de responsabilidade do Conselho Nacional de Esporte. O órgão, no entanto, é vinculado à pasta e tem o ministro Leonardo Picciani e o secretário da ABCD, Rogério Sampaio, como seu presidente e integrante, respectivamente.

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