GUILHERME SETO, ENVIADO ESPECIAL
CHAPECÓ, SC (FOLHAPRESS) - Não havia outro jogador a marcar o primeiro gol da Chapecoense depois da tragédia que aconteceu há dois meses. O zagueiro Douglas Grolli, 27, foi uma das maiores revelações da história das categorias de base do clube, e saiu de seu pé esquerdo o tento que empatou a partida em 1 a 1 com o Palmeiras -o jogo, disputado neste sábado (21), terminaria em 2 a 2. Ele foi emprestado pelo Cruzeiro para a equipe catarinense.
"Foi importante, foi o primeiro gol desse momento de reconstrução. Pude dedicar aos amigos que se foram, que não parei nem para contar quantos foram. Fiquei muito emocionado com a oportunidade de estar aqui", disse após o jogo.
"Eu sou da região [São Miguel do Oeste], sou cria daqui. A tristeza é muito grande, ninguém está preparado para isso. Mas tenho certeza de que vamos fazer uma Chapecoense forte, alegrar o torcedor e representar os amigos que se foram".
Sobre o ambiente no clube hoje, Grolli reforça a necessidade de superação do luto.
"O clima aqui nunca mais será o mesmo. Aquelas pessoas nunca serão substituídas. Mas todos precisam que a gente siga em frente. Esquecer, jamais".
Em campo, ele mesmo sentiu dificuldade aos 26 minutos do segundo tempo (71 minutos de partida), quando o jogo foi interrompido para homenagear as 71 vítimas com a exibição de um vídeo dos jogadores e da comissão técnica comemorando a classificação para a Copa Sul-Americana no ano passado.
"Foi muito emocionante. O [lateral] Reinaldo disse que não conseguiu se segurar. Eu procurei nem olhar, abaixei a cabeça. Meus amigos estavam ali, não dava", completou.
A próxima partida da Chapecoense será na quinta-feira (26), pela Primeira Liga, contra o Joinville.
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