GUILHERME SETO, ENVIADO ESPECIAL
PORTO FELIZ, SP (FOLHAPRESS) - Todo o apoio recebido pela Chapecoense desde o acidente aéreo em novembro que vitimou quase todos seus jogadores, dirigentes e comissão técnica também pode ter seus efeitos negativos. Técnico da equipe sub-20 do time catarinense, que perdeu nesta terça-feira (3) para o Nova Iguaçu por 2 a 0 em sua estreia na Copa São Paulo de futebol júnior, Emerson Cris disse que toda a expectativa em torno dos garotos pode estar prejudicando o desempenho.
"Eu acho que, de certa forma, chegou o momento que [a torcida] está atrapalhando. São meninos muito jovens e que estão carregando um peso muito grande nas costas. Eles já carregam esse peso pela idade que têm, pelo sonho da carreira. É uma competição muito difícil. É muita coisa para gente muito jovem", diz, salientando que "talvez" essa pressão tenha influenciado no resultado do jogo.
Sobre a preparação, ele diz que tentou blindar os garotos, mas que não é possível ter sucesso por completo.
"Não adianta, não tem como esconder. A gente tenta fugir do assunto, mas na hora do hino, já tinha uma faixa. A todo momento vem à tona a imagem. Estamos tentando aprender a lidar com isso", acrescenta.
"Tem que ter calma para saber lidar com a situação para não prejudicar a carreira deles. Vamos tentar transformar isso [a tragédia] em uma maneira de torná-los mais experientes", finalizou.
A Chapecoense volta a jogar na quinta-feira (5), contra o Sampaio Correa, e precisa de resultado positivo para se manter na briga pela classificação. O Desportivo Brasil também venceu nesta terça (3) e ocupa a segunda colocação do grupo 14, atrás do Nova Iguaçu (que marcou um gol a mais).
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