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Artista espalha imagens de 'Pelé beijoqueiro' com Bowie, Dalí, C3PO

GUILHERME SETO SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - O que o turista que viajar para Londres, Santiago, São Paulo, Rio de Janeiro e a ilha de Marajó, no Pará, encontrará em todos esses locais? O "Pelé beijoqueiro". Nos últimos anos, o artista paulista Luis Buen

Da Redação

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Escrito por Da Redação
Publicado em 05.02.2016, 13:13:06 Editado em 27.04.2020, 19:53:10
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GUILHERME SETO
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - O que o turista que viajar para Londres, Santiago, São Paulo, Rio de Janeiro e a ilha de Marajó, no Pará, encontrará em todos esses locais? O "Pelé beijoqueiro".
Nos últimos anos, o artista paulista Luis Bueno, 35, tem colado em postes, paredes, tapumes ou qualquer outro tipo de superfície vertical, lambe-lambes (espécie de pôster) de sua série "Pelé beijoqueiro", em que o ex-jogador aparece envolvendo um personagem diferente em seus braços e aparentemente desferindo um beijo no rosto. O Rei do Futebol já foi visto agarrado a figuras como Mona Lisa, de Leonardo Da Vinci; C3PO e Chewbacca, da franquia "Star Wars"; a super-heroína Mulher Maravilha; o pintor surrealista Salvador Dalí; os chilenos Pablo Neruda e Salvador Allende; o músico Bob Marley; e, mais recentemente, o músico britânico David Bowie, morto no dia 10 de janeiro deste ano.
"A ideia é promover um encontro de culturas. O Pelé é um grande signo da cultura brasileira, e quis colocá-lo em contato com personagens grandes, fantásticos. A Mona Lisa é um grande símbolo da arte ocidental; o Allende e o Neruda são personagens locais significativos; e o Pelé carrega muitos traços culturais nossos", conta Bueno, que também é professor no Istituto Eurupeo di Design, em São Paulo.
Familiarizado com o repertório artístico clássico ao longo de sua formação, ele conta que a escolha pelo formato dos lambe-lambes, um tipo de pôster afixado com cola, se deu pela inserção no cotidiano dos transeuntes.
"Tenho uma paixão pela arte de rua. A arte tradicional, de moldura, não tem contato com o público. Temos ótimos museus em São Paulo, mas proporcionalmente são poucas pessoas que os frequentam. Isso para não falar em galerias. A arte urbana tem a capacidade de confrontar, de provocar, de atingir o público", argumenta.
"Crio pautado no encontro e no estranhamento."
Na fotografia original, que serve de base ao trabalho de Bueno, Pelé dá um beijo no rosto do boxeador Muhammad Ali em 1977, nos Estados Unidos, por ocasião de seu jogo de despedida dos gramados.
Bueno explica que tomou conhecimento da foto em 2010 por meio de uma amiga. Com base em imagem pesquisadas na internet, ele faz um trabalho de retoques por meio do programa Photoshop que pode durar meses, especialmente no caso de imagens em que não há um encaixe simples entre as figuras de Pelé e o abraçado.
"Eu redesenho. O que se vê como resultado não são fotos, mas uma pintura digital, ou melhor, uma mistura de foto com ilustração. Então imprimo em partes separadas, monto e colo. Há 'lambes' que eu pinto com tinta acrílica depois [é o caso do C3PO, por exemplo]", conta.
Em uma pilastra sob o Minhocão, na altura da rua Albuquerque Lins, está o maior beijo do Rei. Em parceria com a gráfica Fidalga, Bueno instalou uma obra de três metros de largura e cinco metros de altura em que Pelé abraça um Bowie travestido em um de seus personagens mais conhecidos, Ziggy Stardust.
"Há um código de ocupação dos lugares entre quem faz arte urbana. A Fidalga estava ocupando três pilastras no Minhocão, e como eu já estava planejando produzir algo com o David Bowie, combinamos que eu faria o 'Pelé beijoqueiro' ali", explica.
Abraçando Bowie, Bob Marley, Allende, Dalí, cabe a pergunta: para Bueno, Pelé faz parte de um universo de transgressores?
"Para mim, não. Algumas pessoas ficam bravas comigo, por causa das histórias do Pelé com a filha dele, ou da proximidade de envolvidos em escândalos da Fifa. Eu também acho que ele podia ser mais Maradona. Ele é muito poderoso por si só, não precisava ter se alinhado ao poder. Mas foi um jogador excepcional. No livro "Veneno Remédio", [o crítico literário] José Miguel Wisnik aponta a importância dele na afirmação do negro em seu tempo. O Pelé carrega muitas contradições, e isso é significativo em relação ao que nós somos -a cultura brasileira não é fácil", analisa.
Para 2017, Bueno prevê mais uma presença internacional do beijoqueiro. Planejando viagem para Nova York, ele quer colar um lambe do antigo ídolo do Cosmos com o líder do movimento negro Martin Luther King.
ONDE ENCONTRAR O 'PELÉ BEIJOQUEIRO' EM SP
Com David Bowie:
um na Paulista, na rua ao lado do Itaú Cultural. Outro na Augusta, esquina com Antônio Carlos e o último numa pilastra sob o Minhocão, na altura da rua Dr. Albuquerque Lins.
Outros:
com o Dali na Consolação, do outro lado da Praça Roosevelt. E outro na Passagem Literária da Consolação (galeria subterrânea que tem entrada ao lado do Caixa Belas Artes)
Com a Mona Lisa, no começo da Rua Rui Barbosa, no Bixiga.
Com o Bob Marley, no começo da Rua do Paraíso, na Vila Mariana.

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