SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - O ex-CEO da World Sailing (entidade que comanda a vela no mundo) Peter Sowrey diz que foi demitido da entidade por tentar mudar os locais das provas da modalidade nos Jogos Olímpicos do Rio, que serão realizados em agosto.
O inglês, que deixou o cargo em dezembro, ficou cerca de cinco meses no posto.
Segundo a agência AP (Associated Press), Sowrey queria tirar as provas da baía de Guanabara, ou pelo menos ter um plano B para a disputa. "Disseram-me para me amordaçar sobre esse assunto", afirmou, sem especificar quem teria dado a recomendação.
Sowrey e o também inglês Andy Hunt, que assumiu o comando da entidade há duas semanas, citaram à AP as imagens de pontos turísticos do Rio que serão geradas pela cobertura da televisão como um fator para a manutenção do local. O ex-CEO afirmou que o plano B era mudar o evento para Búzios, a 160 km da capital do Estado.
De acordo com ele, o corpo diretivo da entidade decidiu pela sua saída. "O conselho sentiu que eu era muito agressivo. Eles basicamente votaram pela minha saída. Eu não renunciei. O conselho finalmente me disse para sair", declarou.
Para Hunt, as condições da baía não são ideais, mas ele disse que estão sendo feitos "grandes esforços" para garantir a segurança dos atletas: "Eu acho que é difícil dizer que poderia ser feito muito mais. Se houvesse recursos ilimitados, talvez poderia ser feito mais, mas tem que ser realista".
CONTAMINAÇÃO
A qualidade da água da baía de Guanabara é alvo de questionamento desde a escolha do Rio como sede da Olimpíada. Em julho, reportagem da AP mostrou que os níveis de vírus presentes nos locais de competição da baía eram altos.
Em dezembro, a agência divulgou os resultados de novos testes que apontaram que as águas são contaminadas mesmo longe da costa, onde o esgoto bruto desemboca de rios e escoadouros de águas pluviais.
Isso significa que não há fator de diluição na baía em que os eventos acontecerão e, portanto, não há redução do risco para a saúde dos atletas.
Desde que a AP expôs o risco para os atletas, autoridades olímpicas e da Organização Mundial da Saúde mudaram de opinião várias vezes quanto a realizar ou não seus próprios testes de carga viral.
"A saúde e segurança dos atletas é sempre uma prioridade máxima e não há dúvida de que a água nos locais de competição atende aos padrões relevantes", disse o Comitê Organizador da Olimpíada do Rio na última resposta à AP, em dezembro.
A organização dos Jogos também diz seguir as recomendações da OMS. "A Rio 2016 segue as orientações de especialistas da Organização Mundial da Saúde, cujas diretrizes para a segurança de águas recreacionais recomendam a classificação da água por meio de um programa regular de testes da qualidade microbiana da água."
Escrito por Da Redação
Publicado em 26.01.2016, 18:47:04 Editado em 27.04.2020, 19:53:24
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