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Federação britânica de atletismo quer cancelar recordes mundiais

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - A federação britânica de atletismo (UKA) publicou nesta segunda-feira (11) um documento em seu site oficial no qual propõe algumas mudanças na modalidade depois dos escândalos de doping que levou até a suspensão da Rússia. N

Da Redação

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Escrito por Da Redação
Publicado em 11.01.2016, 10:00:59 Editado em 27.04.2020, 19:53:45
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SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - A federação britânica de atletismo (UKA) publicou nesta segunda-feira (11) um documento em seu site oficial no qual propõe algumas mudanças na modalidade depois dos escândalos de doping que levou até a suspensão da Rússia.
No documento (intitulado de "Manifesto pelo Atletismo Limpo"), a federação faz 14 propostas para a IAAF (federação internacional de atletismo) e a Wada (Agência Mundial Antidoping), como um registro global de todos os testes antidoping e punições maiores.
Ed Warner, chefe da federação britânica, propôs até mesmo o cancelamento dos recordes mundiais.
"A UKA acredita que chegou a hora de uma reforma radical se quisermos ajudar a restaurar a confiança no esporte. O atletismo precisa agir de forma diferente se quisermos seguir em frente depois da crise. Estamos publicando hoje um 'manifesto pelo atletismo limpo'", disse Warner.
"Maior transparência, sanções mais duras, banimentos maiores -e até mesmo zerar o relógio dos recordes mundiais por uma nova era. Temos que estar abertos a fazer o que for preciso para restaurar a credibilidade no esporte", afirmou.
Na última quinta-feira (7), a IAAF anunciou o banimento de três dirigentes e um técnico do atletismo, sendo três deles por toda a vida, sob acusação de corrupção e envolvimento em um escândalo de doping.
Entre eles está Papa Massata Diack, filho do ex-presidente do órgão Lamine Diack e ex-consultor da organização.
A IAAF está envolta em polêmica com acusações envolvendo Lamine Diack e Sebastian Coe, atual mandatário da entidade.
Em novembro, uma comissão independente constituída pela Wada (Agência Mundial Antidoping) recomendou o banimento da Rússia de todas as competições internacionais de atletismo devido a um profundo sistema nacional de dopagem que tinha anuência do governo.
A IAAF acatou e, provisoriamente, baniu o país. Os russos agora têm de passar por um processo de credenciamento para poderem disputar, por exemplo, os Jogos Olímpicos do Rio.
Além disso, Diack também é investigado pela Justiça francesa por denúncias de corrupção.
O jornal francês "Le Monde" divulgou em dezembro uma reportagem na qual afirmou que Nick Davies, cartola da cúpula da IAAF, sabia de casos acobertados pela entidade em 2013, envolvendo sobretudo atletas russos.
A publicação demonstrou e-mail trocado entre Davis, que é braço direito de Coe, e Papa Massata Diack.
Na mensagem, que data de 19 de julho de 2013, pouco antes do Mundial de Moscou, ambos discutem uma maneira de reduzir uma possível repercussão midiática devido aos casos, dos quais ambos estava cientes.
O e-mail consta de uma investigação sobre a IAAF. "Isso deve continuar muito secreto", escreveu Davies, que foi diretor de comunicações e porta-voz da entidade.
À época, diversos passaportes biológicos de atletas russos apresentavam anormalidades, o que poderia configurar um caso positivo de doping.
"Acredito que esses casos deveriam ter sido revelados faz tempo e que agora devemos ser inteligentes. Esses atletas, está claro, não devem participar da seleção russa. Se os culpados não participarem da competição, poderíamos esperar que o fim do torneio para anunciá-los", acrescentou.
Uma das sugestões dadas por Davies é utilizar a influência de Coe -que em 2013 era um dos quatro vice-presidentes da IAAF- para aplacar tensões com a mídia britânica, especialmente crítica à entidade.
Davies sugere revelar um ou dois casos positivos de russos em conjunto com atletas de outros países. "Também podemos preparar um dossiê especial do antidoping da IAAF que mostrarão que uma das razões pelas quais esses atletas russos foram flagrados é que eles são muito testados", disse Davies.
O cartola afirmou na mensagem que faria "de tudo em seu poder para proteger a IAAF e o presidente [Diack]". O esquema de acobertamento contaria com a ajuda de Gabriel Dollé, então responsável pelo departamento antidoping da associação.
Em resposta ao "Le Monde", Davies se defendeu e disse que sua atribuição era gerir a imagem e proteger a reputação da IAAF.

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