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Cavalos de haras interditado por risco de doença vão a evento da Rio-2016

BRUNA FANTTI RIO DE JANEIRO, RJ (FOLHAPRESS) - Dois cavalos oriundos de um haras de São Paulo interditado por suspeita de mormo participam do evento-teste de hipismo, realizado em Deodoro, zona oeste do Rio. Disputado no mesmo local onde serão as provas

Da Redação

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Escrito por Da Redação
Publicado em 07.08.2015, 12:40:51 Editado em 27.04.2020, 19:57:38
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BRUNA FANTTI
RIO DE JANEIRO, RJ (FOLHAPRESS) - Dois cavalos oriundos de um haras de São Paulo interditado por suspeita de mormo participam do evento-teste de hipismo, realizado em Deodoro, zona oeste do Rio. Disputado no mesmo local onde serão as provas desta modalidade nos Jogos Olímpicos de 2016, o evento começou nesta quinta-feira (6) e vai até domingo (9).
Os dois animais pertencem ao cavaleiro Marcelo Tosi -que disputou a Olimpíada de Londres, em 2012- e são criados em uma propriedade localizada em Jaboticabal, no interior de São Paulo.
O mormo é uma doença equina letal transmitida por uma bactéria. A liberação dos animais ocorreu pela secretaria de Defesa Agropecuária de São Paulo, órgão vinculado ao Ministério da Agricultura, após Tosi apresentar testes válidos por 60 dias, que resultaram em negativo para a doença.
No entanto, os exames foram realizados em laboratórios nacionais cujos resultados não são reconhecidos internacionalmente por não possuírem a chamada Norma ISO. Além disso, o período de incubação da doença é de seis meses.
O coordenador da secretaria de Defesa Agropecuária de São Paulo, Heinz Otto, confirmou o caso à reportagem e defendeu a liberação.
"Não tem como proibir um animal de participar do evento com suposições. É possível que ele manifeste a doença já que pode estar com a bactéria incubada. Pode passar para o vazio sanitário, sim. Mas, o aval foi baseado em exames atuais", disse Otto.
Segundo o coordenador, a propriedade de Tosi foi interditada pelo Ministério da Agricultura no mês passado após o serviço sanitário da pasta constatar que cavalos do Exército, atualmente isolados com suspeita de mormo em Deodoro, passaram pelo haras paulista, em junho.
Tosi apresentou ao Ministério da Agricultura os exames com resultados negativos para mormo, referente às coletas realizadas no início de julho e no último dia 3 de agosto. Ele irá participar da competição com os cavalos Glenfy e Briefing DB Z.
"Fiquei surpreso quando o Ministério da Agricultura foi ao meu haras e o interditou. Eles disseram que era uma medida preventiva, de praxe, mas puderam observarar como meus cavalos são bem tratados. Esses dois cavalos foram liberados após exames negativos", disse Marcelo Tosi à Folha. "Os cavalos de Deodoro não tiveram contato direto com os meus animais", acrescentou o cavaleiro.
VAZIO SANITÁRIO EM RISCO
Desde fevereiro o local do evento-teste de hipismo da Rio-2016 está isolado para criar o chamado vazio sanitário. O termo é uma norma internacional para o hipismo na Olimpíada que demanda uma série de medidas sanitárias -inclusive o afastamento de qualquer animal para evitar a transmissão de doenças.
Segundo o veterinário Werner Reikes, especialista em mormo, se um animal estiver contaminado, ele será capaz de passar a bactéria para o vazio sanitário.
"A transmissão ocorre por fluídos corporais, como saliva, fezes, sangue. Se o cavalo tomar água em um bebedouro comunitário, todos os outros cavalos vão contrair a bactéria. No ambiente a bactéria do mormo desaparece em sete dias, mas há outras 44 doenças, não letais, da mesma família do mormo, que ficam por anos no local contaminando os outros cavalos", disse.
Atualmente, os 584 cavalos do Exército que estão em uma área próxima ao vazio sanitário continuam isolados. Segundo o Ministério da Agricultura, eles só serão liberados após resultados de exames realizados na Alemanha.
O evento-teste de hipismo tem a participação de 20 cavalos de competidores brasileiros e servirá para testar as instalações de hipismo.
Na coletiva de imprensa para anunciar o evento, todos os presentes tiveram que higienizar as mãos e os pés com álcool gel. Os pneus dos carros que pararam no estacionamento da competição também receberam descontaminação. De acordo com organizadores da Rio-2016, a medida fazia parte "do intensivo e rigoroso trabalho de higienização do local".

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