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Técnica tranca cozinha e supervisiona folga para manter ginastas no peso

PAULO ROBERTO CONDE, ENVIADO ESPECIAL TORONTO, CANADÁ (FOLHAPRESS) - A técnica da seleção brasileira de ginástica rítmica, Camila Ferezin, levou a tiracolo para o Pan de Toronto um amuleto: Maria Clara, sua filha, nascida há apenas quatro meses. Durant

Da Redação

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Escrito por Da Redação
Publicado em 20.07.2015, 16:48:56 Editado em 27.04.2020, 19:58:01
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PAULO ROBERTO CONDE, ENVIADO ESPECIAL
TORONTO, CANADÁ (FOLHAPRESS) - A técnica da seleção brasileira de ginástica rítmica, Camila Ferezin, levou a tiracolo para o Pan de Toronto um amuleto: Maria Clara, sua filha, nascida há apenas quatro meses.
Durante as provas, nas preleções, nos papo com a imprensa, Maria Clara estava presente a tudo. Participou, ainda que sem saber do que se tratava, das três medalhas que o conjunto conquistou no Canadá (duas de ouro e uma de prata).
O estilo "mãezona" é um despiste de como Camila realmente comanda a seleção. Ela mesma admite ser linha-dura com as nove meninas que compõem o grupo permanente, baseado em Aracaju, cujas representantes têm idade entre 19 e 26 anos e vêm de Estados como Espírito Santo, Paraná e Santa Catarina -elas se dividem em dois apartamentos.
"Acabo sendo mãe, psicóloga, maquiadora e tudo. Elas falam que comigo é missão dada, missão cumprida", contou a treinadora, que foi campeã do Pan de Winnipeg-1999 como atleta.
Camila afirmou que sua maior fixação é controlar o peso das meninas. Em vez de longilíneas, como as competidoras do Leste Europeu, melhores do mundo, as brasileiras tendem a possuir um corpo mais robusto. "As brasileiras têm bundas muito grandes, e isso chama a atenção dos árbitros. Não é bom", disse.
Para deixar todas sob sua vista, um mês antes do Pan decretou: ninguém poderia sair. "Elas comem escondido. Aí chamei e me reuni com todas. Falei: 'Vocês precisam emagrecer'."
Incumbiu a capitã da equipe, Débora Falda, de fechar a cozinha pontualmente às 22h30 todos os dias. De acordo com Camila, um cadeado é realmente utilizado.
Não para por aí. Ela criou um grupo no Whatsapp no qual as ginastas têm de comunicar qualquer movimentação à mestra. "Elas estão sob minha responsabilidade, e eu sou muita disciplinada. Quem entra na equipe tem que se acostumar com isso. Às vezes algumas se perdem e saem do caminho traçado", acrescentou ela, que veio ao Pan de última hora depois que a técnica anterior desistiu.
"Eu também ligo para os familiares para saber se elas não estão abusando quando estão de folga", afirmou.
Rigor à parte, todo esse zelo surtiu efeito. Camila contou que algumas das atletas perderam até 7 kg.
A recompensa veio nos pódios, com o pentacampeonato pan-americano da final geral e um ouro e uma prata nas finais por equipamento.

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