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Morre o ex-jogador e técnico do Flamengo Carlinhos Violino

A fala era sempre mansa. Seja nas resenhas do La Mamma, restaurante ali perto da sede do Flamengo na Gávea, onde gostava de se reunir com os amigos para tomar chope e contar bobagem... Seja na Boca Maldita, cantinho no próprio clube onde notáveis se reuni

Da Redação

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Carlinhos Violino na Gávea em 2013 (Foto: GloboEsporte.com)
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Carlinhos Violino na Gávea em 2013 (Foto: GloboEsporte.com)
Escrito por Da Redação
Publicado em 22.06.2015, 11:00:00 Editado em 27.04.2020, 19:58:49
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A fala era sempre mansa. Seja nas resenhas do La Mamma, restaurante ali perto da sede do Flamengo na Gávea, onde gostava de se reunir com os amigos para tomar chope e contar bobagem... Seja na Boca Maldita, cantinho no próprio clube onde notáveis se reuniam para discutir passado, presente e futuro. Seja dentro de campo, onde, com seu estilo refinado e clássico de jogar, recebeu o carinhoso apelido de Violino e fez história com a camisa rubro-negra, ao ganhar um Rio-São Paulo (1961) e dois Cariocas (1963-1965). 

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Seja no banco de reservas, onde depois comandou por várias vezes a equipe rubro-negra como treinador, conquistando títulos importantes, como dois Campeonatos Brasileiros (1987-1992), três Cariocas (1991-1999-2000) e uma Mercosul (1999). Luís Carlos Nunes da Silva até se reservava o direito de às vezes ter mau humor. Nada que atrapalhasse sua imagem de boa-praça. E de um dos maiores ídolos da história do Flamengo, que chora a sua morte, aos 77 anos, nesta segunda-feira. O velório acontecerá nesta terça-feira, entre 10h e 14h, na Gávea.

Bastaria dizer que Carlinhos recebeu, quando garoto ainda no clube e iniciando sua carreira profissional, as chuteiras do grande Biguá, um dos maiores laterais-direitos do Flamengo, tricampeão carioca em 1953-54-55 e um dos deuses da raça, que encerrava sua trajetória. Bastaria dizer também que o Violino deu suas chuteiras na despedida dos gramados em 1970 a um menino franzino, lourinho, promessa dos juvenis que se tornaria o maior jogador da história rubro-negra. Sim, Zico recebeu dele a linda homenagem. Mas não ficou só nisso a sua passagem. Carlinhos foi um dos que mais vestiram a camisa vermelha e preta (517 partidas) e mais a honraram. Formou um inesquecível meio-campo com Nelsinho e Gérson. Na decisão carioca de 1963, diante do Fluminense e do maior público do Maracanã em jogos entre clubes (177.020 pessoas. Oficialmente, o total de torcedores chegou a 194.603.), comandou a equipe com sua habilidade e liderança em campo no empate que deu o título.

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Pela Seleção, Carlinhos só jogou uma partida. Azar da Seleção. Foi em 1964, num amistoso contra Portugal. E o Violino por pouco não foi bicampeão mundial. Dois anos antes, nos preparativos para a Copa de 1962, o então treinador canarinho, Aymoré Moreira, convocou 41 jogadores para a primeira preparação. Desses, apenas 22 foram ao Chile. Para equilibrar os convocados de Rio e São Paulo, a comissão técnica preferiu levar, como reserva de Zito, Zequinha, do Palmeiras, em vez de Carlinhos. Há alguns anos Carlinhos sofria com problemas de saúde. A elevação da taxa de ácido úrico causou problemas de cicatrização, obrigou a amputação de um dedo do pé, gerou complicações no sistema circulatório, perda de memória e, além disso, complicações na carótida e a necessidade de colocar pontes de safena. O chope, hábito quase diário do ex-atleta, teve de ser suspenso.

Como jogador, foi um meio-campista clássico, elegante, daí o apelido de "Violino". Defendeu o Flamengo de 1958 a 1969. Como treinador, não perdeu a elegância. Raramente subia a voz para falar com os jogadores  durante suas sete passagens pela Gávea.


Tantas conquistas o fizeram ser homenageado na Gávea, local que frequentava quase diariamente mesmo quando não estava a serviço. Um busto com a imagem de Carlinhos foi construído, em 2011, ao lado de onde se reunia com amigos para jogar carteado. O local ganhou o nome de "Praça Carlinhos".

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