SÃO PAULO, SP - Não bastasse a pressão que sofre da diretoria do São Paulo para ser campeão, Muricy Ramalho foi recebido no Pacaembu com gritos de "não é mole não, a Libertadores é obrigação".
O gesto se repetiu mais de uma vez durante a vitória por 4 a 2 sobre o Capivariano, no Pacaembu, na noite desta quarta-feira (4).
A cobrança da torcida, no entanto, não irritou Muricy. Ao ser questionado sobre o assunto, ele transferiu a responsabilidade para o próprio São Paulo.
"Já vi de tudo no futebol, mas você se pressionar nunca tinha visto. A gente está se pressionando. Não é a torcida. Isso não ajuda em nada, não agrega em nada. Fomos vice do Campeonato Brasileiro e aí tem essa cobrança", disse o treinador são-paulino.
"Não entendi muito [a cobrança da diretoria]. Uma declaração que não é legal, influencia [o ambiente]. A gente tem de ter cuidado quando fala", completou.
Desde o início da temporada, o presidente do São Paulo, Carlos Miguel Aidar, tem declarado publicamente que o treinador tem a obrigação de fazer o time campeão neste ano porque todos os reforços pedidos foram contratados.
O São Paulo tem praticamente dois jogadores por posição e deve anunciar nos próximos dias o zagueiro Doria por empréstimo do Olympique de Marselha, da França.
Durante a entrevista aos jornalistas, Muricy Ramalho também deu outra resposta à diretoria. Ao ser questionado se administrar os jogadores que vão ficar no banco seria um desafio, se irritou. A declaração tinha sido dada no dia anterior pelo vice-presidente de futebol, Ataíde Gil Guerreiro.
"Estou há 40 anos na profissão e esse é meu forte. Vocês tinham de ver como estava o São Paulo há um ano e meio. Era um desastre. Hoje funciona tudo como um relógio, disciplina, postura. Não precisa nem de concentração. Ninguém tem de falar o que eu tenho de fazer. O que eu tenho de melhor como técnico é o ambiente", esbravejou.
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